Oferecimento

Semana que vem vamos assinar com Argentina para trazer gás de Vaca Muerta, diz Silveira

Formalização acontecerá no âmbito do G-20; consumidores brasileiros poderão verificar vantagem de 10% a 15% no preço do gás, de acordo com cenários prospectivos do setor

5 nov 2024 - 18h42

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça-feira, 5, que na próxima semana ocorrerá a assinatura do acordo para a importação brasileira do gás natural da região de Vaca Muerta, na Argentina.

Ele declarou, em entrevista à CNN Money, que a formalização acontecerá no âmbito de reunião do G-20, mas não detalhou qual o encontro. A Cúpula de Líderes do G-20 está agendada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

Publicidade

Conforme mostrou o Estadão/Broadcast em agosto, os consumidores brasileiros poderão verificar uma vantagem de 10% a 15% no preço do gás, de acordo com cenários prospectivos do setor.

O escoamento deverá ser feito pelo gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). São 3,5 mil quilômetros de gasoduto. Apesar da logística do transporte, que naturalmente encarece o produto, o gás conseguirá chegar no Brasil mais competitivo do que os preços que estão sendo praticados atualmente no mercado interno, segundo projeção da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).

'Gas release'

Silveira defendeu o "amadurecimento" na discussão sobre o chamado gas release - tema inserido no projeto de lei do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), em tramitação no Senado.

O gas release é o programa de desconcentração do mercado de gás, que está em debate na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O Estadão/Broadcast mostrou que o relator no Senado do projeto de lei, Laércio Oliveira (PP-PE), incluiu no texto um capítulo intitulado "medidas para fomentar o mercado de gás natural", com novas regras para regulação para o setor.

Publicidade

Pela previsão que consta no texto, a quantidade total de gás natural comercializado por uma empresa, ou por conjunto de empresas afiliadas, a concessionárias de serviço local de gás canalizado e usuários livres não poderá exceder, a cada ano, "o limite de 50% da quantidade diária total de gás natural consumido no mercado brasileiro no ano anterior".

A empresa que ultrapassar o limite deverá realizar leilão para venda compulsória de pelo menos 20% da quantidade de gás natural excedente, até o final do primeiro semestre do ano seguinte.

A venda compulsória de gás natural é o principal ponto de discussão. O Programa de Redução de Concentração (Gas Release) vem sendo discutido entre os agentes do setor. O programa está ligado à liberalização do mercado de gás natural, buscando diminuir a concentração.

Silveira, apesar de pedir o "amadurecimento" da discussão, disse que a proposta sobre gas release, no PL da Paten, tem "a sua vantajosidade", havendo uma "resistência natural" da Petrobras.

Publicidade
TAGS
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se