O setor de serviços brasileiro contraiu mais do que o esperado em agosto e registrou o pior resultado para o mês na série histórica, apesar da inflação baixa e dos sinais de melhora do emprego no País.
O volume de serviços recuou 1% em agosto na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, após queda de 0,8 por cento em julho.
Em relação a agosto do ano passado, o setor encolheu 2,4% no volume. A série histórica do IBGE foi iniciada em 2012.
Ambos os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, que eram de recuo de 0,6% na base mensal e de 2% sobre o ano anterior.
Entre as categorias analisadas, os Serviços prestados às famílias interromperam três meses consecutivos de crescimento e foram a única atividade a encolher em agosto, com queda de 4,8%.
Isso acabou sufocando os avanços de 1,6% em Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares, de 1% em Outros Serviços, de 0,7% em Transportes, Serviços Auxiliares dos Transportes e Correio e de 0,3% em Serviços de Informação e Comunicação.
"Agosto costuma ser difícil para o setor e para economia em geral, porque as pessoas voltam de férias e, depois de gastarem nesse período, seguram os gastos e o orçamento em agosto", explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha.
As perdas apresentadas no setor de serviços vieram apesar da inflação e dos juros baixos no País que incentivam o consumo, mostrando que a recuperação será irregular.
Recentemente o mercado de trabalho passou a dar sinais de melhora, com a taxa de desemprego recuando para 12,6% no trimestre até agosto e dando base para a recuperação da economia após a recessão que afetou o País.
A confiança no setor de serviços também vem melhorando, avançando em setembro pela terceira vez consecutiva e chegando ao nível mais alto desde o final de 2014.