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Setor público tem déficit primário de R$ 14 bi em agosto

Resultado deixa um saldo positivo de apenas R$ 10,250 bilhões, cerca de 10% da meta fiscal do ano

30 set 2014 - 12h16

O Brasil teve o pior resultado primário para meses de agosto, ficando ainda mais distante de cumprir a meta fiscal deste ano em meio a um cenário de fraca atividade econômica, receitas em queda e despesas em alta.

Sede do Banco Central em Brasí­lia. 15/01/2014
Sede do Banco Central em Brasí­lia. 15/01/2014
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O setor público consolidado - governo central, Estados, municípios e estatais - registrou déficit primário de R$ 14,46 bilhões no mês passado, pior desempenho para agosto, acumulando no ano saldo positivo de apenas R$ 10,250 bilhões, ou cerca de 10% da meta para 2014, informou o Banco Central nesta terça-feira.

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Em 12 meses até agosto, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 0,94% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta já ajustada neste ano de superávit primário (a economia feito pelo governo para o pagamento de juros da dívida pública) é de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB.

A expectativa de analistas consultados pela Reuters era de que haveria déficit primário de R$ 5,1 bilhões em agosto, quarto resultado mensal negativo seguido.

O mau resultado de agosto veio sobretudo do governo central, com déficit primário de R$ 11,951 bilhões, muito acima do saldo negativo de R$ 55 milhões visto um ano antes. Os governo regionais tiveram rombo de R$ 2,337 bilhões no mês passado, enquanto que as estatais, de R$ 173 milhões.

Com os dados de agosto, o déficit nominal - receitas menos despesas, incluindo pagamento de juro - ficou em R$ 31,476 bilhões no mês passado, enquanto a dívida pública representou 35,9% do PIB, acima dos 35,5% estimados em pesquisa da Reuters.

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Recentemente, o governo anunciou mais manobras fiscais para tentar chegar à meta de superávit primário - estratégia que vem adotando há alguns anos e que acabou minando a confiança de agentes econômicos -, com a possibilidade saque de R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano do Brasil (FSB) para reforçar o caixa do Tesouro Nacional.

Na segunda-feira, o próprio BC reconheceu que a política fiscal neste ano não é neutra, e que acabou pressionado a inflação.

Em agosto, os cofres públicos foram beneficiados com a entrada de receitas extraordinárias com o programa de refinanciamento de dívidas tributárias (Refis), de R$ 7,13 bilhões, mas que não foram suficientes para evitar que a Receita Federal cortasse pela metade a previsão de crescimento real da arrecadação neste ano, para alta de apenas 1%.

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