A agência de classificação de risco Standard and Poor's cortou a nota da dívida soberana brasileira para "BBB-" , de "BBB", e mudou a perspectiva do rating de negativa para estável, em um revés para a presidente Dilma Rousseff, cujos esforços para gerar maior crescimento econômico levaram a uma deterioração das finanças do país.
A classificação de BBB- é o menor rating de grau de investimento. A S&P alterou a perspectiva para estável, de negativa, o que significa que novos rebaixamentos são improváveis no curto prazo. O movimento já era esperado, mas a expectativa era que uma mudança viesse apenas depois das eleições de outubro.
Sinalizações mistas de políticas pelo governo, com implicações negativas para a credibilidade das contas fiscais e da política econômica, além de perspectiva fraca para o crescimento no próximos dois anos, continuam pesando sobre a flexibilidade das políticas e do perfil de desempenho do país, disse a S&P.
A presidente Dilma Rousseff passou a tarde com um grupo de representantes de bancos privados. Ao final, o presidente do BTG Pactual, André Esteves, afirmou que o encontro só tratou de assuntos de conjuntura. Ele disse que o grupo só foi informado ao final do encontro, já no início da noite, sobre o rebaixamento da nota brasileira. "Ficamos sabendo no fim da reunião", limitou-se a dizer na saída.
Além dos representantes dos bancos e da presidente, estavam presentes no encontro o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
O ministério da Fazenda estuda se vai haver pronunciamento do governo sobre o rebaixamento da nota. O Palácio do Planalto não deve se pronunciar.
Colaborou Diogo Alcântara, de Brasília.