O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou a rede de supermercados Walmart a pagar indenização de R$ 20 mil por danos morais a um cliente vítima de racismo e acusado de furto, em um estabelecimento da empresa em Carapicuíba (SP).
De acordo com a ação, após comprar algumas caixas de leite que estavam em promoção, o cliente foi abordado por dois funcionários, que o acusaram de furtar os produtos e o chamaram de “negro” e “ladrão”.
Após conferirem a nota fiscal, os funcionários pediram desculpas ao cliente, afirmando que o confundiram com outro “negrinho ladrão”.
Para o desembargador Milton Paulo de Carvalho Filho, ficou comprovado que o autor foi abordado de maneira ofensiva. “Evidentemente que ser acusado, na presença de várias pessoas, da prática de um crime, e ainda ser inferiorizado em virtude de ser afrodescendente é situação capaz de causar profunda humilhação, sofrimento psicológico e, por que não dizer, sentimento de revolta”, disse o desembargador.
Em nota, o Walmart disse que não se pronunciaria sobre o caso, mas afirmou que “repudia veementemente qualquer ato de desrespeito e discriminação”.