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Sustentabilidade: as proptechs precisam cumprir o seu papel

12 jun 2022 - 02h00
Carlos Castro alerta: “Atuamos 100% na incerteza”
Carlos Castro alerta: “Atuamos 100% na incerteza”
Foto: Divulgação

Há muito tempo venho maturando a ideia de escrever sobre sustentabilidade, especialmente quando a incluímos no universo das startups. Isso não só pelo tema estar cada vez mais presente no nosso dia a dia, mas principalmente por conseguir – ou pelo menos tentar – entender o que de fato é algo sustentável e como isso pode se aplicar ao meu mundo: o das proptechs.

Antes de tudo, acho importante estarmos contextualizados sobre o meu background de ser sustentável. Eu sou da época do uso extensivo do plástico. Acho que minha primeira experiência em tentar correlacionar o tema sustentável com o meu cotidiano foi há muitos anos, época em que as raves eram mega famosas como programa aos finais de semana. 

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Lá estava eu, 17 anos de idade e solteiro, com um grupo de amigos e indo em direção a um grupo de garotas que estavam dançando aquela música eletrônica pesada. Ao tentar dar aquele primeiro “approach”, uma delas, sem falar nada, aproxima o dedo de sua boca e gesticula aquele “shhhhhhh” para que ficasse em silêncio, explicando: “não fala nada que agora estou com os pés descalços em contato com a mãe-natureza”. Pronto, foi o suficiente para eu ir embora do evento e fazer meu primeiro pré-julgamento sobre alguém sustentável.

Sustentável, até então, poderia se resumir naquela pessoa que faz fotossíntese, que não se alimenta porque não quer afetar o meio ambiente e que adoraria morar na selva. Simples assim. Bom, os anos passaram. Saímos do ICQ, avançamos para o MSN, para Orkut. Chegou o Facebook, Instagram, YouTube... Google! A era do smartphone dava-se início e com ela, toda maneira de pensarmos e trabalharmos também mudava. Novos organismos corporativos nasciam, mais conhecidos como startups. 

Não quero me alongar na definição de startup, mas de uma maneira simples vou definir uma startup como um “modelo de negócio de produto ou serviço, um pouco mais dentro da seara da tecnologia, que tenta arduamente resolver um problema de um grupo de clientes, mas que atua 100% dentro da mais pura incerteza”. E quando este grupo de clientes se encontra dentro do mercado imobiliário, nos deparamos com as proptechs, segmento de startups do qual tenho o prazer de atuar.

Quando digo que atuamos 100% na incerteza, é porque não temos certeza de nada. E isso é tão fantástico que nos obriga a ter contato com perfis de profissionais que muitas vezes nunca tivemos afinidade para se trabalhar. E deste cenário surgiu uma pessoa no nosso quadro, quem me fez aprender um pouco mais sobre sustentabilidade e me deu uma das melhores definições que já escutei: “sustentabilidade é pensar na mudança do hoje para deixar algo não somente para o mundo futuro, mas também para o próximo”. Faço questão de deixar esta definição aqui, justamente para enterrar o que até então eu achava que era.

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Com isso, chegamos ao ponto focal deste artigo: qual o papel da sustentabilidade nas proptechs? Ou melhor, como uma proptech pode deixar algo melhor para o próximo? Falo então sobre o apepê, proptech que lidero. Ele é um aplicativo que conecta o morador condominial com tudo e todos, ou seja, conectamos um morador com a comunidade que está inserido (vizinhos e funcionários), com toda a infraestrutura que o condomínio oferece e com todo tipo de serviço que este morador precisa.

Comecemos pelo uso do interfone. Já pararam para pensar no que pode acontecer quando o interfone toca? O bebê que acabou de dormir acorda, o cachorro começa a latir ou, se estiver em home office por exemplo, é um ótimo pretexto para te atrapalhar e tirar sua concentração. E se agora você pudesse liberar o acesso de uma visita mesmo não estando em casa, otimizando a comunicação com a portaria, a partir de uma um único clique em uma única tela? Ajudaria?

Falemos na complicação da reserva de uma área comum do seu prédio, como uma churrasqueira por exemplo? Você tem que ligar na portaria, ver a disponibilidade e um funcionário vai e marca numa tabela impressa de papel que tal espaço agora está reservado a você. E se agora este processo for automatizado, permitindo que um morador tenha acesso aos horários disponíveis e consiga realizar o agendamento pelo app, novamente em uma única tela, com um único clique, estando você aonde for? Ajudaria?

E como você se sente assinando o caderninho das encomendas quando algo chega para você? Ah, e para receber esta encomenda, muitas vezes somente durante o horário comercial. E se agora você fosse notificado que algo chegou diretamente no seu celular, gerando um QR Code para que você possa liberar a porta de um armário inteligente e retirar sua encomenda em qualquer hora do dia, em qualquer horário. Ajudaria?

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Vamos para mais um exemplo. Você já tentou fazer um comunicado para os seus vizinhos? Que você tem uma vaga de estacionamento disponível para locação (ou que você tem interesse em alugar uma vaga), que você vende cupcakes ou que você busca companhia para um treino na academia. Já tentou pedir para imprimir este aviso e colocar no elevador? Infelizmente será muito difícil de acontecer. Será que ficaria mais fácil se houvesse uma maneira digital de se fazer qualquer tipo de comunicado para seus vizinhos, ou enviar mensagens a qualquer um deles, sem mesmo ter que passar o seu número de celular? 

Por fim, ajudaria se você tivesse acesso a diversos serviços essenciais para facilitar o seu dia a dia em casa, como lavanderia e limpeza, tudo na palma da sua mão? Agora entendo qual é, de fato, o papel da sustentabilidade nas proptechs. Essa é (ou deveria) ser a missão de todas as proptechs existentes e que ainda estão por vir: mudar o hoje para deixar algo não somente para o mundo futuro, mas também para o próximo. Aqui criamos comunidades, conectando as pessoas para que se conheçam. Agilizamos os atendimentos, para que você não perca tempo.

(*) Carlos Castro é arquiteto de negócios, desenvolve e implementa estratégias comerciais em mercados B2B e B2C. Atualmente é CEO do apepê, proptech de ativação condominial com foco em moradores.

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