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Economia

Tarifa de Trump coloca Canadá e México diante de dilema que o Brasil já experimentou

Uma 'vitória' do Brasil na Organização Mundial do Comércio, em 2009, ajuda a entender a encruzilhada em que se encontram os vizinhos dos EUA com a taxa de importação

31 jan 2025 - 18h31

Em 2009, o Brasil foi autorizado pela Organização Mundial do Comércio a retaliar contra importações originárias dos Estados Unidos. A autorização derivava da vitória brasileira no caso do algodão, que não fora cumprido pelos EUA. A retaliação, naquele momento, seria na forma de tarifas adicionais à importação de bens norte-americanos. O Brasil se encontrou no dilema, porque uma parte relevante dos bens importados dos Estados Unidos era necessária para sua indústria, ou se referia a matérias-primas e petróleo.

Este dilema será enfrentado agora por Canadá e México. Ambos os países prometeram retaliar imediatamente, se as ameaças de imposição de tarifas por Trump forem de fato implementadas.

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Estão em situação pior até do que o Brasil, porque têm indústrias extremamente integradas no âmbito do acordo de livre comércio da América do Norte (USMCA) com cadeias produtivas espalhadas pelos três países.

Além de provocar danos às indústrias nacionais mexicana e canadense, tarifas têm efeito inflacionário, uma vez que são imediatamente repassadas aos preços para os importadores.

Do lado norte-americano, ainda há dúvidas sobre as verdadeiras intenções de Donald Trump, useiro de instabilidade para arrancar concessões de parceiros comerciais. Há uma chance de que compromissos imediatos dos Estados Unidos e do México, sobretudo no que se refere à imigração e ao fetanil, possam permitir a Trump cocoricar vitória, postergando as medidas.

Outro dado interessante é a tarifa menor, de 10%, anunciada sobre as importações da China. Na prática, parte considerável dos bens de consumo dos Estados Unidos advém da China, e a implementação efetiva da tarifa levará também a um impacto inflacionário que, recorde-se, foi fator determinante nas duas últimas eleições norte-americanas.

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No cenário internacional, e mesmo entre os democratas, há uma estupefação quanto ao rigor das medidas anunciadas. E uma expectativa de muitos países de que, pelo menos por enquanto, não sejam objeto da atenção imperial de Donald Trump.

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