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Tarifa, valor e serviço: a guerra de narrativas em torno da privatização da Sabesp

Privatização da companhia foi alvo de críticas e elogios ao longo de todo processo

24 jul 2024 - 12h51
(atualizado às 13h11)
O Estado de São Paulo levantou R$ 14,77 bilhões com a venda de ações da Sabesp.
O Estado de São Paulo levantou R$ 14,77 bilhões com a venda de ações da Sabesp.
Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi alvo de críticas e elogios durante e depois do processo de privatização, que foi concluído na terça-feira, 23, com a liquidação das ações da estatal paulista na B3 (Bolsa de Valores do Brasil). O governo de São Paulo vendeu 32% dos papeis da companhia, e passou a deter 18,3% da empresa.

Antes do processo de privatização, o governo paulista detinha 50,3% das ações. A privatização movimentou R$ 14,8 bilhões. Desse total, R$ 6,9 bilhões foram subscritos pela Equatorial, que comprou 15% da Sabesp. 

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou durante cerimônia de liquidação que está com a sensação de "dever cumprido". No entanto, a privatização da companhia, maior empresa de saneamento do Brasil, recebeu críticas de parlamentares do PT e PSOL.

O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, criticou o valor que o governo estadual conseguiu pelas ações vendidas. 

"Um nada, se lembrarmos que a Sabesp deu lucro de R$ 3,5 bilhões só no ano passado e tinha um plano de investimentos de R$ 47,4 bilhões para o quadriênio de 2024-2028", escreveu ele no X (antigo Twitter). 

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também levantou dúvida sobre o valor arrecadado, a ausência de concorrência e a qualidade dos serviços prestados. A Equatorial ofereceu R$ 67 por ação, valor aproximadamente 20% inferior ao preço do papel da companhia atualmente, que encerrou a sessão de terça-feira no patamar de R$ 88.

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"A maior empresa de saneamento do País foi vendida sem concorrência [...]. Um acionista com apenas 15% do capital vai comandar o negócio. Pior ainda: sem nenhuma obrigação contratual de universalizar o acesso à água e esgoto, nem sequer de melhorar o serviço", escreveu a petista em seu perfil no X. 

Base de Tarcísio fala em 'redução tarifária'

Parlamentares a favor da privatização da companhia, por sua vez, comemoraram a liquidação das ações da companhia e argumentaram que a privatização da Sabesp vem para melhorar a qualidade da prestação do serviço e diminuir a tarifa para a população de São Paulo. 

"O processo da privatização da Sabesp foi concluído nesta terça-feira e já com uma redução tarifária de 10% para tarifas social e vulnerável, 1% residencial e 0,5% para demais categorias", escreveu no Instagram Tomé Abduch (Republicanos), um dos vice-líderes do governo Tarcísio na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). 

Guto Zacarias (União), também vice-líder do governo estadual, disse que trata-se da maior privatização da história do Estado de São Paulo, com demanda institucional de R$ 187 bilhões. 

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"[São] R$ 14 bilhões entrando nos cofres públicos graças à privatização, além de outros R$ 10 bilhões que serão investidos na infraestrutura da empresa", escreveu no X o vice-líder do governo.

Tarifa 

Com a privatização, entra em vigor um novo contrato de concessão em que haverá a aplicação de um novo conjunto tarifário, com redução de 1% para residências, 0,5% para comércio e indústria e 10% para famílias de baixa renda atendidas pelas chamadas "tarifa social" e "tarifa vulnerável", um público formado por cerca de 1,3 milhão de pessoas, afirmou o governo estadual.

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Fonte: Redação Terra
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