A 'Taxa das Blusinhas', também conhecida como Lei 14.460/2024, volta a cobrar imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50, acabando com a isenção anterior. A medida, ainda não aprovada, visaria a proteger o setor têxtil do país, mas impactaria diretamente no orçamento das famílias mais pobres.
A "Taxa das Blusinhas", apelido popular para a Lei 14.460/2024, volta a cobrar imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50, acabando com a isenção que vigorava desde 2020.
A medida, que ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e sancionada pelo Presidente, tem como objetivo principal supostamente proteger o comércio nacional, especialmente o setor têxtil, da concorrência com produtos importados a preços baixos.
No entanto, a "Taxa das Blusinhas" tem gerado críticas, principalmente por parte da classe C, que é a mais afetada pela medida.
Por que prejudica os mais pobres?
• Aumento do preço de produtos: Com a volta do imposto, os produtos importados ficarão mais caros, impactando diretamente o bolso das famílias da classe C, que já têm um orçamento mais limitado.
• Redução da variedade de produtos: A indústria nacional ainda não tem capacidade para suprir toda a demanda por alguns produtos, como roupas e eletrônicos, a preços competitivos. Isso significa que, com a "Taxa das Blusinhas", a variedade de produtos disponíveis no mercado vai despencar.
• Dificuldade de acesso a produtos: Para a classe C, que muitas vezes busca produtos importados por serem mais acessíveis, a "Taxa das Blusinhas" pode significar a perda do acesso a itens básicos ou a necessidade de fazer escolhas difíceis no orçamento.
É fundamental que o governo também tome medidas para proteger os consumidores e minimizar os impactos negativos da medida, como investir na indústria nacional para aumentar a competitividade dos produtos brasileiros e oferecer alternativas de crédito acessíveis à população de baixa renda.
Além disso, o debate sobre a "Taxa das Blusinhas" deve ser amplo e transparente, com a participação de todos os setores da sociedade, para que se encontrem soluções que beneficiem tanto a indústria nacional quanto os consumidores, especialmente a classe C, que é a mais vulnerável aos efeitos da medida.
Assista ao vídeo com o comentário de André Forastieri.
(*) André Forastieri é jornalista e empreendedor, fundador de Homework e da agência de conteúdo e conexão Compasso, e mentor de profissionais e executivos. Saiba mais em andreforastieri.com.br.