A taxa de desemprego no Brasil caiu a 6,5% no quarto trimestre de 2014 na comparação com o período imediatamente anterior, mas houve queda pela segunda vez seguida no emprego com carteira assinada no setor privado.
O resultado apurado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou 0,3 ponto percentual abaixo do período entre julho e setembro.
Entretanto, superou a leitura do quarto trimestre de 2013, quando a taxa de desocupação no País havia alcançado 6,2%.
Com isso, a taxa média de desemprego no Brasil do ano passado ficou em 6,8%, contra 7,1% em 2013 e 7,4% em 2012, quando começou a série do IBGE da Pnad Contínua.
A taxa média do ano também superou o resultado médio apurado pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) - que deve ser substituída pela Pnad Contínua - de 4,8%, menor nível histórico.
Segundo a Pnad Contínua, o emprego formal no setor privado recuou 0,4% no quarto trimestre sobre os três meses anteriores, quando havia caído na comparação com o período imediatamente anterior pela primeira vez desde o início da série histórica do levantamento, em janeiro de 2012. No quarto trimestre, 147 mil pessoas deixaram de ter carteira assinada, apontou o IBGE.
A pesquisa mostrou ainda que o nível de ocupação no País no quarto trimestre foi de 56,9%, contra 56,8% no terceiro trimestre e 57,3% nos últimos três meses de 2013.
Entre outubro e dezembro, a população ocupada atingiu 92,875 milhões de pessoas, uma alta de 0,7% sobre o terceiro trimestre. O total era composto por 69,5% de empregados, 4,2% de empregadores, 23,4% de pessoas que trabalham por conta própria e 2,8% de trabalhadores familiares auxiliares.
Também colaborou para o recuo na taxa de desemprego no quarto trimestre a queda de 3,8% no número de desocupados sobre o terceiro trimestre, que agora são 6,452 milhões de pessoas no quarto trimestre de 2014.
Pelas regiões, a taxa mais alta de desocupação no quarto trimestre foi vista no Nordeste, com 8,3%. Já a menor foi registrada no Sul, com 3,8%.
O mercado de trabalho vem dando sinais recorrentes de esgotamento diante da economia frágil, da inflação alta e dos juros elevados, com redução da criação de vagas.
Buscando reconquistar a confiança de investidores e reverter o quadro econômico, a nova equipe econômica já anunciou uma série de medidas fiscais para colocar em ordem as contas públicas. Mas a visão predominante é de que uma piora no desemprego em 2015 seja invevitável.
A Pnad Contínua tem divulgação trimestral e maior abrangência nacional que a PME, que leva em consideração dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do País.