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Taxas dos DIs desaceleram após picos com vitória de Trump; fiscal segue no radar

6 nov 2024 - 11h26

Após os picos do início da sessão, em uma primeira reação à vitória de Donald Trump na disputa presidencial dos Estados Unidos, as taxas dos DIs perderam um pouco de força no Brasil, embora se mantenham com ganhos firmes nesta quarta-feira.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contribuiu para a desaceleração, ao afirmar em Brasília que a rodada de reuniões entre ministros para tratar das medidas fiscais está concluída.

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Às 11h11, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 13,12%, em alta de 15 pontos-base ante o ajuste da véspera. Mais cedo, o vencimento exibiu elevação de 20 pontos-base. O DI para janeiro de 2033 marcava 12,9%, com elevação de 7 pontos-base. No mesmo horário, o yield do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 17 pontos-base, a 4,461%.

O movimento nos mercados do Brasil e dos EUA ocorre em meio à percepção de que as políticas de Trump serão inflacionárias, entre elas a alta de tarifas de importação, o bloqueio a imigrantes e a redução de impostos, o que exigirá juros mais elevados.

"O movimento está coerente com o discurso protecionista do Trump, de tarifas mais altas e redução de impostos. O cenário é de juros mais altos e dólar mais forte no longo prazo", comentou o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano.

"Mas no Brasil houve muito mais uma alta por conta do fiscal distorcido, que levou os juros a níveis mais altos e deixou o dólar mais forte. Na teoria, com o fiscal acertado no Brasil, seria possível corrigir a alta que vimos nos últimos meses", acrescentou Serrano.

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Sobre isso, Haddad afirmou nesta manhã em Brasília que, finalizadas as discussões entre ministros, o próximo passo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva provavelmente será pedir conversas com os presidentes das duas Casas do Congresso, para que se discuta o envio das medidas fiscais para análise dos parlamentares.

"Os ministros todos estão muito conscientes da tarefa que temos pela frente de reforço do arcabouço fiscal, da previsibilidade e da sustentabilidade das finanças no médio e longo prazo. Penso que há um consenso em torno do princípio", afirmou o ministro. 

Na ponta curta da curva brasileira as taxas seguiam com altas mais contidas nesta manhã, tendo no horizonte a decisão do Banco Central mais tarde sobre a Selic, hoje em 10,75% ao ano.     

Às 9h18, a curva precificava 98% de chances de o BC elevar a Selic em 50 pontos-base, contra 2% de probabilidade de alta de 75 pontos-base. Mais cedo, em uma primeira reação à vitória de Trump, os percentuais eram de 93% e 7%, respectivamente.  

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