Consolidada na liderança no mercado móvel brasileiro, a Telefônica Brasil segue expandindo seus negócios e aumentando investimentos no País. Em balanço financeiro e operacional divulgado nesta terça-feira (30), a empresa mostra que atingiu um lucro líquido de R$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre de 2018, acumulando um total de R$ 7,4 bilhões no ano. Segundo o CEO da Vivo, Eduardo Navarro, essa expansão é fruto da estratégia de investir em planos pós-pagos e em rede de fibra (FTTH).
“Tivemos quase 1 milhão de novos clientes pós-pagos, o que fez o segmento chegar a 53% da base móvel total. No acumulado do ano, o crescimento é 16% maior que o mesmo período de 2017”, afirmou Navarro.
O lucro total (EBITDA recorrente) da Telefônica Brasil no trimestre chegou a R$ 3,9 bilhões, um aumento de 5,3% no comparativo anual. Esse cálculo considera o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
O CEO destacou que o lucro líquido, de R$ 3,2 bilhões, apresentou alta de 159,9% quando comparado ao mesmo período do ano passado. Além do aumento do EBITDA, esta taxa também é resultado de efeitos não recorrentes do trimestre, relacionados à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) relativa ao pagamento de PIS e COFINS sobre o ICMS relativo às operações da Vivo entre 2004 e 2013. Porém, mesmo excluindo os efeitos não recorrentes, o lucro líquido teve expressivo crescimento de 56,6% no trimestre.
Apesar da queda do faturamento com telefonia fixa e pré-pago, não há impacto negativo para a empresa justamente devido à expansão do pós-pago e da fibra, que representam uma fatia cada vez maior do negócio. Segundo ele, 70% da receita cresce 10% ao ano.
“Essa alta foi possível graças a aceleração do investimento em tecnologias. Aceleramos investimentos em 4G e 4G+ nos primeiros meses do ano. E na fibra vamos terminar o ano com 25 novas cidades. Isso representa mais dois milhões de clientes com fibra”, disse Navarro, ressaltando que a digitalização permite um crescimento sustentável. A receita de FTTH (fibra) cresceu 48,2% no trimestre, batendo recorde com quase 170 mil novos clientes.
O vice-presidente Executivo da companhia, Christian Gebara, lembrou que as turbulências econômicas do País emperram o aumento de pacotes pré-pago. “A economia e o desemprego fazem uma pressão grande na receita de pré-pago”, disse. Mesmo nesse cenário, ele ressaltou a liderança da Vivo no mercado. “Comercialmente, vemos que nossos clientes querem continuar e os de outros operadoras estão vindo pra Vivo. Isso faz com que nosso preço médio não seja tão alto quanto antes”.
Novo governo
De acordo com as estimativas da companhia, o crescimento para 2018 será de aproximadamente R$ 8,5 bilhões. A expectativa é que o lucro chegue a R$ 9 bilhões, tanto em 2019 como em 2020.
Com relação ao novo governo, com a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República, Eduardo Navarro se disse otimista. “A expectativa é de um ajuste nas contas, com o déficit fiscal sendo equacionado. A Reforma da Previdência será importante para isso, além da simplificação da carga tributária”.
Para o setor de telecomunicações, o CEO acredita que alguns temas precisam ser olhados com atenção: o Projeto de Lei nº 79/2016, que permite a adaptação da modalidade de outorga de serviço de telecomunicações de concessão para autorização, e o desbloqueio dos fundos setoriais. “São agendas que pedimos há um tempo. Esperamos que agora essas medidas sejam aprovadas para desburocratização da regulamentação do setor”.