O presidente Michel Temer reconheceu, em entrevista à emissora RedeTV veiculada na noite de segunda-feira, que se a reforma da Previdência não for aprovada na Câmara dos Deputados em fevereiro será difícil votá-la ainda este ano, sendo necessário avançar para outras pautas.
"Qual é a nossa tese? Isso tem que ser votado, pelo menos em primeiro turno, até o final de fevereiro, começo de março. Se não for votado, daí realmente nós reconhecemos que fica difícil. E daí nós temos que ir para outras pautas", disse Temer na entrevista, acrescentando que o governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão trabalhando muito para votar a matéria este mês.
Na véspera, Maia garantiu que a votação da reforma da Previdência vai ocorrer em fevereiro, acrescentado que se o prazo para isso for ampliado, a proposta não será votada nunca.
Temer disse na entrevista que a partir de junho e julho o Congresso vai se voltar apenas para a questão eleitoral, com vistas às eleições de outubro. Para o presidente, as eleições são um dos principais motivos para a resistência encontrada pelo governo junto aos deputados para aprovar a Previdência.
"Em ano eleitoral os candidatos a deputados e senadores não querem desagradar os eleitores", disse.
Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma da Previdência precisa de 308 votos dentre os 513 deputados, em dois turnos de votação. Depois, ainda será submetida a análise no Senado.
Reconhecendo uma possível derrota, Temer disse que se não for possível aprovar a medida, ao menos o governo já fez "reformas fundamentais para o país", e vai continuar em sua agenda com a chamada simplificação tributária.