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Tombini diz que País tem reservas que o protegem de crises

Presidente do Banco Central afirmou que o governo se preparou para enfrentar um momento de turbulências no mercado internacional

17 dez 2014 - 14h06
<p>Alexandre Tombini, presidente do Banco Central</p>
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central
Foto: Denis Balibouse / Reuters

Mesmo com a crise que abala os mercados internacionais, o Brasil atravessa bom momento de acertos na economia, com política monetária atuante e um colchão de reservas que oferece proteção “como um todo”. A avaliação é do presidente do Banco Central (BC) , Alexandre Tombini, que anunciou nesta quarta-feira que, apenas de reservas internacionais, o País detém US$ 374,7 bilhões.

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“Temos a expectativa de consolidação na área fiscal. Tenho dito que, do ponto de vista do BC, as políticas monetária e fiscal são independentes, ainda que haja a complementaridade entre elas. Acho que um processo de consolidação de receitas e despesas perseguido de forma consistente, com determinação, certamente ajudará no nosso objetivo de levar a inflação no Brasil para o centro da meta de 4,5%”, destacou.

Tombini garantiu que o governo brasileiro se preparou “um pouco mais” para enfrentar o momento de turbulências no mercado internacional, principalmente com os problemas da Rússia, que tem a economia muito associada ao mercado de petróleo.

“O preço do petróleo passou para um patamar abaixo de US$ 60 [barril] e a Rússia sofreu impactos disso e de outras questões. Gerou-se um processo que afetou o preço dos ativos dos emergentes, com uma reprecificação”, exemplificou.

Tombini acredita que, no caso do Brasil, que também é emergente e importador de petróleo, o preço do barril, entre US$ 50 e US$ 60, poderá trazer benefícios para o País, do “ponto de vista da balança comercial e da inflação”, com a possibilidade de US$ 5 a US$ 10 bilhões em economia. “Para não dizer que só há desafio, há aspectos favoráveis nesse processo”, frisou.

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O presidente do BC lembrou que, no ano passado, efeito semelhante ocorreu, quando houve turbulência no mercado internacional e ativos, como o dólar, foram elevados, após o Banco Central norte-americano passar a comprar mensalmente US$ 85 bilhões em títulos do Tesouro, como forma de reduzir as intervernções no mercado financeiro adotadas com a crise global.

Na avaliação de Tombini, os efeitos dos problemas atuais na economia global devem levar países com políticas econômicas mais sólidas e “colchões” [reservas] a uma maior capacidade de se protegerem durante os momentos de instabilidade.

O fato que tem abalado a economia global nas últimas horas é a decisão da Rússia de proteger o rubro ante o dólar, elevando a taxa de juros do País, que só na terça-feira passou de 10,5% para 17% ao ano. A situação tem levado nervosismo e ansiedade ao mercado financeiro, preocupado com uma possível recessão russa.

Nesta quarta-feira, as atenções também estão voltadas para os Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed) deve anunciar mais uma mudança na política monetária. O país tem retirado incentivos destinados ao enfrentamento da crise global, inciada em 2008.

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Tal medida poderá sinalizar o mercado daquele país como mais interessante aos investidores e estimular a migração de ativos dos países emergentes para os Estados Unidos, com impacto no valor do dólar, que poderá ter novo aumento.

O presidente do BC acredita que há interesse dos americanos em não causar “um abalo nas demais economias". “Vimos isso durante o início da expectativa de tapering [redução dos estímulos à economia americana] . Entre maio e agosto de 2013, ocorreu um período de volatilidade, mas houve preocupação com o impacto nas demais economias”, elogiou.

Agência Brasil
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