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Último balanço revela fuga bilionária de recursos que quase quebrou o Credit Suisse

O valor dos ativos caiu para 502,5 bilhões de francos suíços no fim de março, montante 29% menor que o registrado no mesmo período de 2022.

24 abr 2023 - 20h36

O Credit Suisse revelou o tamanho da fuga de ativos de seus clientes que levou ao resgate do banco com o apoio do governo suíço em março. A instituição financeira revelou que foram retirados 61,2 bilhões de francos suíços (aproximadamente R$ 345 bilhões) do banco no primeiro trimestre de 2023.

O Credit Suisse informou que foram retirados 61,2 bilhões de francos suíços (cerca de R$ 345 bilhões) do banco nos primeiros três meses do ano (Crédito
O Credit Suisse informou que foram retirados 61,2 bilhões de francos suíços (cerca de R$ 345 bilhões) do banco nos primeiros três meses do ano (Crédito
Foto: Getty Images / Perfil Brasil

O total da fuga foi divulgado naquele que pode ser o último balanço financeiro da instituição. Sua venda forçada para o UBS, banco suíço concorrente, deve ser concluída em breve.

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Na divisão de gestão patrimonial do Credit Suisse, o valor dos ativos administrados caiu para 502,5 bilhões de francos suíços no fim de março, montante quase 29% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, informou o banco em comunicando. "Essas saídas moderaram, mas ainda não foram revertidas em 24 de abril de 2023", acrescentou.

Na Suíça, as autoridades prepararam um plano de resgate para o Credit Suisse. Incluía mais de 200 bilhões de francos em garantias financeiras e previa que o UBS concordasse em assumir o controle do Credit Suisse.

Os clientes do Credit Suisse começaram a tirar dinheiro do banco depois que ele foi atingido pela turbulência do mercado que se seguiu ao colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank nos EUA em março.

O Credit Suisse vinha registrando prejuízo e enfrentado uma série de problemas nos últimos anos, incluindo acusações de lavagem de dinheiro. O banco registrou uma perda de 7,3 bilhões de francos suíços em 2022, configurando seu pior ano desde a crise financeira de 2008, e havia alertado que não esperava lucro até 2024.

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Ao comentar sobre o último balanço financeiro da instituição, Frances Coppola, analista bancária independente, disse ao programa Today da BBC que bilhões também haviam sido retirados do Credit Suisse nos últimos três meses de 2022.

"Então é claro que as [retiradas] deste trimestre se somaram a isso. E os bancos não sobrevivem a saídas de capital como essa, eles realmente não sobrevivem, por maior que sejam."

Shanti Kelemen, diretora de investimentos da M&G Wealth Investments, disse que, devido ao tamanho do banco, as saídas "seriam um número grande". "Se confirmamos algo hoje, foi o que o UBS comprou."

As ações de bancos em todo o mundo caíram acentuadamente em meio a preocupações de que outros credores poderiam enfrentar problemas semelhantes, e os investidores correram para retirar seu dinheiro do Credit Suisse.

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O Ministério Público da Suíça abriu uma investigação sobre a aquisição repentina do Credit Suisse, que era o segundo maior banco do país, pela instituição UBS.

O acordo irritou os contribuintes e acionistas de ambos os bancos, que foram privados de votar sobre a aquisição. Quando o acordo foi anunciado, o Credit Suisse foi avaliado em US$ 3,15 bilhões, enquanto na sexta-feira anterior ao acordo ser fechado, ele havia sido avaliado em cerca de US$ 8 bilhões.

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