As cenas de pessoas carregando sacolas cheias de notas de dinheiro às lojas para comprar produtos básicos, como pão e leite, famosas no auge da crise em 2008, definitivamente não serão mais vistas no Zimbábue.
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O governo local anunciou que, a partir da próxima segunda-feira (15/06), será formalizado o sistema monetário múltiplo, com moedas como o dólar americano e o rand sul-africano substituindo de vez o dólar zimbabuano.
Em vigor na prática desde 2009, o sistema foi a saída encontrada pelo governo para combater a hiperinflação, que atingiu o pico de 500 bilhões por cento em 2008.
"O Zimbábue adotou o sistema múltiplo de moeda, ou a dolarização, em 2009, e é portanto imprescindível desmonetizar a unidade de dólar zimbabuano. Estamos abandonando essa moeda", declarou o presidente do banco central do Zimbábue, John Mangudya.
Os proprietários de contas bancárias com valores superiores a 175 quadrilhões de dólares zimbabuanos (175.000.000.000.000.000) receberão US$ 5. Quem tem contas abaixo desse valor poderá trocar, até setembro, a quantia de 35 quadrilhões de dólares zimbabuanos por US$ 1.
A maior e última nota impressa pelo banco central do país, em 2008, foi de 100 trilhões, valor insuficiente para pagar o ônibus e ir para o trabalho durante uma semana naquela época. Gradativamente afastado do mercado do país, a nota é hoje souvenir entre turistas.
Considerado o "celeiro da África" no passado, devido à terra fértil, o Zimbábue sofre com uma crise financeira que já dura uma década, muito devido à reforma agrária efetuada pelo ditador Robert Mugabe. Principal fonte de renda, a agricultura teria sido amplamente afetada em termos negativos – para alguns, destruída por causa dessa política presidencial.