É cada vez mais comum ver pessoas relatando, em redes sociais ou conversas com amigos, que sofreram o golpe do celular invadido. Nele, os hackers utilizam técnicas sofisticadas de malwares como o Remote Access Trojan (RAT), para invadir o dispositivo da vítima, rastreiam suas informações bancárias e, então, realizam transferências, pagamentos e até mesmo solicitam empréstimos a bancos e outras instituições financeiras.
De acordo com o que tenho visto no mercado, o principal alvo dos fraudadores são os clientes bancários idosos com mais de 60 anos. Os bandidos costumam invadir os dispositivos móveis por meio de download de aplicativos piratas, que permitem acesso remoto de terceiros ao smartphone, ou levam o usuário a clicar em links maliciosos, adicionados em emails ou mensagens por SMS com boletos supostamente em atraso, notificação da Receita Federal ou aviso de pontos de programas de fidelidade prestes a expirar.
Para não cair nesse tipo de golpe e evitar que aconteça com algum idoso do seu convívio, é importante seguir alguns passos importantes de segurança.
Confira:
- • Criar senhas “fortes” para contas pessoais e corporativas, isto é, misturando letras maiúsculas com minúsculas, juntamente com símbolos e números, sem nunca repeti-las.
- • Clicar apenas em links que sejam confiáveis.
- • Antes de abrir um e-mail, conferir o remetente e o tipo de mensagem. Evite abrir caso seja um assunto desconhecido e que pareça alarmante.
- • Habilitar a identificação de dois fatores é essencial e mandatório. Apesar de ser possível manipular, ainda assim dificulta a ação do fraudador.
- • Acessar a internet por sistemas operacionais que não rastreiem sua identidade. Nem sempre o navegador mais usado é o mais seguro.
- • Ter extrema cautela com o tipo de conteúdo compartilhado nas redes sociais, pois o fraudador pode ter a oportunidade de criar um elo de comunicação e saber sobre sua rotina diária. Por isso, é fundamental conferir a preferência de privacidade das mídias sociais.
- • Fazer instalação de aplicativos confiáveis de acordo com o próprio fabricante do dispositivo.
- • Utilizar redes de Wi-Fi públicas somente em última instância.
- • Configurar um método de bloquear ou apagar os dados remotamente para evitar que sejam acessados se seu dispositivo for perdido ou roubado.
O que fazer se for vítima do golpe?
E se mesmo adotando todas as medidas de segurança, sofrer o golpe, siga esses passos imediatamente:
- • Resetar o celular ao modelo de fábrica, pois elimina os malwares (software feito para causar danos aos aparelhos eletrônicos) e outros possíveis ataques do criminoso.
- • Trocar todas as senhas e se certificar de anotá-las em um lugar seguro.
- • Fazer um boletim de ocorrência em delegacias de crimes cibernéticos.
Do outro lado dessa equação estão as instituições bancárias e financeiras, que precisam estar sempre atualizadas sobre os novos golpes e adotar tecnologias eficientes para proteger seus clientes.
Uma das ferramentas mais eficazes para isso é a biometria comportamental. Trata-se de uma solução que analisa o comportamento digital físico e cognitivo de um usuário, para assim fazer distinção entre clientes genuínos e criminosos, detectando fraudes e roubos de identidade, mas também melhorando a experiência do cliente.
Isso é feito por meio do perfil de comportamentos humanos, como movimentos do mouse, velocidade de digitação, hesitação do usuário antes de clicar e padrões de orientação do dispositivo. A atividade compara o perfil de histórico do dono da conta individual para fornecer uma camada de autenticação passiva e com os padrões de nível de população, identificando normas estatisticamente observadas para comportamento “bom” ou “ruim”.
Com base nesses indicadores, é possível prevenir fraudes de diversos tipos e também evitar a abertura de contas-laranja.
Com esses cuidados por parte dos usuários e dos bancos, é possível aumentar a segurança e reduzir os riscos de golpes e fraudes.
(*) Arnaldo Thomaz Neto é country manager da BioCatch no Brasil.