A crise das empresas de tecnologia alcançou números alarmantes de demissões, ultrapassando 250 mil colaboradores em escala mundial, e isso também afeta o mercado nacional. Na pandemia houve muitas oportunidades em virtude do trabalho em home office, mas agora a situação mudou. Crise econômica, Inteligência Artificial (I)A e outros investimentos trouxeram uma nova realidade a ser enfrentada. Mas, toda crise também traz oportunidades.
Esses colaboradores têm conhecimentos valorizados no mercado de trabalho, pois são alavancas para a inovação, processos e crescimento dos negócios. O próprio setor de tecnologia tem interesse em desenvolvedores back e front-end, além de outras especialidades relacionadas à tecnologia.
As pequenas e médias empresas precisam desses profissionais para expandir os negócios. Temos ainda as empresas que precisam passar pelo processo de transformação digital e não sabem por onde começar. Trabalhos de consultoria na área também são bem-vindos, além do mercado de startups.
A remuneração precisa ser revista
É importante ponderar que a remuneração precisa ser revista, pois no topo da onda, os salários ficaram muito acima da média. Algumas áreas podem ser mais favoráveis para a captação desses profissionais, como as startups de base tecnológica que cresceram com a internet. Elas são consideradas disruptivas e atuam para gerar soluções nos mais diversos segmentos.
É preciso dar atenção também para as empresas do segmento de segurança da informação em virtude da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e das empresas dos segmentos de Governança e Compliance.
Outro ponto importante para a recolocação desses profissionais é a busca por certificações relevantes para o mercado. Elas merecem destaque e podem ajudar nesse momento de movimentação e de transição de carreira. Os exemplos são: Information Technology Infrastructure Library (ITIL), Project Management Professional (PMP), Microsoft Certified Solutions Associate (MCSA), Certified Information Systems Security Professional (CISSP).
Estude o mercado
É necessário também estudar o mercado para entender as novas possibilidades e demandas, além de buscar solução para os problemas que virão. Estamos em um momento de transformações disruptivas e em larga escala.
Todos os profissionais deverão identificar quais são os níveis de competências que podem gerar maior assertividade para manter a produtividade e a relevância.
O autodesenvolvimento pessoal e profissional torna-se uma constante no século 21. A aprendizagem permanente é uma regra que não deve ser esquecida. Gostar de aprender pode ser um desafio.
Sendo assim cabe perguntar: Como posso agregar valor em um mundo de tantas incertezas? Como as minhas competências podem contribuir para a sociedade e as organizações? Mudanças e transformações exigem vontade, esforço, calma, resiliência e persistência.
(*) Nayara Cardoso é professora de Recursos Humanos da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio.