As vendas no comércio varejista brasileiro recuaram 0,5% em março na comparação com o mês anterior, primeira queda no ano, indicando perda na força do consumo no final do primeiro trimestre do ano em meio à inflação elevada.
Na comparação com o mesmo mês de 2013, as vendas caíram 1,1%, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do trimestre passado, as vendas cresceram 0,4% sobre o quarto trimestre de 2013, quando a expansão havia sido de 1,1% sobre o período anterior.Os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam avanço de 0,1% tanto na comparação mensal quanto na anual.
Cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram queda na comparação mensal, com destaque para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,5%), Combustíveis e lubrificantes (-1,5%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1%).
As vendas varejistas no país foram perdendo força ao longo dos três primeiros meses do ano, depois de terem avançado 0,4% em janeiro e terem estagnado em fevereiro, este último dado revisado pelo IBGE após divulgar alta de 0,2%.
O IBGE informou ainda que a receita nominal do varejo subiu 0,5% em março sobre fevereiro e avançou 4,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, teve queda de 1,2% em março na comparação mensal, após recuo de 2,7% em fevereiro.
A perda de força no varejo brasileiro ocorre com a inflação elevada e aumento de juros, o que acaba encarecendo e limitando o crédito. Esse cenário também abala a confiança do consumidor e o crescimento econômico.
E as expectativas sobre os preços continuam deterioradas, apontando para este ano acima de 6% na inflação oficial, perto do teto da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Há um ano o Banco Central vem elevando os juros básicos da economia, hoje a 11%, para segurar a escalada dos preços.