As vendas varejistas no Brasil mantiveram o ritmo positivo em novembro pelo sétimo mês seguido com impulso da Black Friday, porém abaixo do esperado.
O volume de vendas no varejo teve em novembro alta de 0,6% em relação a outubro, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas aumentaram 2,9%, na oitava taxa positiva seguida.
Entretanto, os resultados ficaram bem abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 1,1% na comparação mensal e de 3,8% sobre um ano antes.
O mês foi marcado pelas vendas da Black Friday, em meio a uma conjuntura mais favorável ao consumo com inflação baixa e mais pessoas no mercado de trabalho. Porém, com menos força do que em 2018, quando a temporada de vendas ajudou as vendas varejistas a subirem 3,1% sobre outubro.
"Os setores que mais cresceram em novembro foram os mais sensíveis à Black Friday, como móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e perfumaria", explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
"Se não fosse a Black Friday, poderia ficar até negativo", completou ela, atribuindo o resultado abaixo do esperado pelo mercado a possivelmente "uma questão de metodologia e calibragem".
Das oito atividades pesquisadas, quatro apresentaram crescimento no volume de vendas sobre o mês anterior, com destaque para o ganho de 4,1% de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos e de 1,0% de Outros artigos de uso pessoal e doméstico.
As vendas de Móveis e eletrodomésticos aumentaram 0,5% no mês, enquanto as Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiram 2,8%.
As taxas negativas foram registradas por Tecidos, vestuário e calçados (-0,2%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,3%), além de Livros, jornais, revistas e papelaria (-4,7%). Já o setor de maior peso no varejo, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, teve estabilidade nas vendas em novembro.
No varejo ampliado, o volume de vendas caiu 0,5%, interrompendo oito meses de crescimento. O setor de Veículos, motos, partes e peças recuou 1,0%, enquanto Material de construção teve variação positiva de 0,1%.
"O comércio vai fechar o ano mais uma vez no positivo. Será o terceiro ano seguido, mas não repõe ainda as perdas de 2015 e 2016", disse a gerente da pesquisa.