As vendas no comércio varejista brasileiro recuaram 0,1% em fevereiro sobre o mês anterior, contrariando as expectativas de leve alta, e na comparação anual tiveram a maior queda em mais de uma década, destacando a dificuldade do setor em deslanchar em meio ao cenário de fragilidade econômica deste ano.
Na comparação com fevereiro de 2014, as vendas varejistas recuaram 3,1%, maior queda desde agosto de 2003 (-5,7%), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Para piorar o cenário do início do ano, o IBGE ainda revisou para baixo as vendas de janeiro sobre o mês anterior, para uma alta de 0,3% contra aumento de 0,8% divulgado anteriormente.
Os resultados de fevereiro foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, que apontavam alta de 0,30% na comparação com janeiro e queda de 2,15% sobre fevereiro de 2014.
De acordo com o IBGE, cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito apresentaram queda mensal no volume de vendas em fevereiro, com destaque para combustíveis e lubrificantes, com recuo de 5,3% ante janeiro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, essa atividade teve queda de 10,4% como reflexo da alta dos preços, devido ao aumento das alíquotas de PIS/Cofins sobre a gasolina e o diesel.
No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas caiu 1,1% em fevereiro sobre o mês anterior e despencou 10,3% ante o mesmo período de 2014.