É muito comum o consumidor se assustar ao fechar um pacote de viagem ou pagar uma compra internacional depois da conversão do valor em dólar para o real. Isso acontece porque existem diversos tipos de dólares no Brasil, e o que o consumidor utiliza não é exatamente o mesmo que se vê noticiado todos os dias no fechamento da moeda norte-americana no mercado financeiro.
Os diferentes tipos de dólares existem porque o País adota, desde 1999, o regime de câmbio flutuante, em que a cotação oscila em função da oferta e da demanda no mercado, podendo ser negociada livremente por quem vende e por quem compra.
O Banco Central divulga diariamente uma média das taxas praticadas entre instituições autorizadas a negociar o dólar, como bancos, corretores e agências de turismo. Essa taxa, chamada de Ptax, serve apenas como referência do preço da divisa.
No comércio exterior, o dólar utilizado é o comercial, típico de operações envolvendo importação e exportação.
Já no mercado financeiro as empresas se baseiam no chamado dólar à vista. Neste ambiente, também há o chamado dólar futuro, que é um tipo de contrato que representa a compra ou a venda da moeda americana em uma data futura, a um preço pré-estabelecido. Ou seja, se firma um acordo sobre o quanto se pagará pelo dólar em uma data vindoura – medida utilizada como proteção a flutuações indesejadas.
Já o dólar turismo é o utilizado em viagens internacionais, compra de dinheiro em espécie e débitos em moeda estrangeira no cartão de crédito. Tipo mais utilizado pelo consumidor, sua cotação é geralmente de R$ 0,10 a R$ 0,15 mais alta do que a da modalidade comercial. Isso está atrelado ao custo que as empresas têm para manter as notas físicas, como o transporte, segurança e equipamento, segundo especialistas.
Portanto, se o “dólar do noticiário” está caro, o tipo mais usados pelos consumidores, invariavelmente, estará ainda mais caro. Por isso que o dólar cobrado na tarifa do cartão de crédito internacional é mais alto do que o visto pelo consumidor no noticiário econômico.
Com o regime de câmbio flutuante, as instituições podem cobrar taxas diferentes para a compra e venda de dólar turismo no País. Pesquisar e não deixar para a última hora, no caso de uma viagem, pode ser a melhor opção para evitar gastos indesejados. Lembre-se que, apesar de a diferença de R$ 0,15 por dólar não parecer tão grande, um gasto muito extenso, como uma viagem, pode assustar quem for pego desprevenido.