Curitibano larga carreira sólida em banco, usa dinheiro de casamento e cria rede de bar

José Araújo Netto é o criador do Porks, rede de franquias com mais de 50 lojas espalhadas por 11 Estados brasileiros, especializada em carn

22 nov 2024 - 05h00
Resumo
Conheça a história de Zé, que também é dono de outras duas marcas no ramo da gastronomia.
José Araújo Netto, CEO do Porks - Porco e Chope
José Araújo Netto, CEO do Porks - Porco e Chope
Foto: Nakayana

José Araújo Netto, de 41 anos, confessa nunca ter sonhado em abrir um restaurante ou viver como empreendedor. Na adolescência, o que fazia seus olhos brilharem mesmo era a possibilidade de trabalhar em grandes empresas, ter estabilidade e uma carreira sólida. Ele chegou a conseguir isso, mas no meio do caminho decidiu investir naquilo que mais o assustava. Hoje, Zé, como é conhecido, é dono de três marcas diferentes no ramo da gastronomia.

A maior delas é o Porks, rede de franquias com mais de 50 lojas espalhadas por 11 Estados brasileiros, especializada em carne de porco e cerveja.

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“Não há dúvida que o Porks é o empreendimento que me projetou e me projeta o maior destaque. Pelo volume, quantidade de lojas, pela abrangência nacional que a gente tem de estar do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Tem muitas unidades e em muitas cidades. É uma marca que realmente me colocou no cenário nacional como empreendedor de gastronomia. Não tenho dúvida disso”, afirma.

Dos seus negócios, o Porks é o único que ele abriu para o modelo de franquia. Isso porque, segundo Zé, é o que tem a proposta mais fácil de replicar e oferece uma margem de lucro maior.

Para ser dono de uma franquia da rede o investimento varia de R$ 180 mil a R$ 250 mil - sendo que, desse valor, R$ 50 mil é a taxa da franquia, o resto é o que é estimado que será gasto na reforma do espaço. O retorno, de acordo com o empreendedor, vem rápido. Uma loja costuma faturar, mensalmente, cerca de R$ 200 mil, com lucro na casa dos 20%.

O início

Zé Araújo Netto cresceu em uma casa de empreendedores. Seu pai trabalhava com gastronomia e sua mãe com entretenimento. A estrutura de trabalho da família não lhe agradava quando crescia.

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“Eu passei durante a minha infância e juventude pelos muitos altos e baixos que esse setor tem. Aquela história de você ser empreendedor e ter que matar um leão por dia era o que eu via dentro de casa. Então tinha mês que estava tudo bem, e tinha mês que não tinha grana para pagar o colégio, e que as coisas estavam mais apertadas. Isso me fazia muito mal”, relembra.

Daí, Zé cresceu focado em trabalhar em uma multinacional e ter uma carreira estável. Se formou em Administração, passou por algumas empresas do tipo até ser contratado no extinto banco HSBC. Mesmo trabalhando de terno e gravata, ele se lembra de ter uma rotina dinâmica.

“Eu tinha a oportunidade de viajar muito, estava cada dia trabalhando com uma coisa diferente. Mas eu sempre senti que cada dia que eu trabalhava mais no banco, era um dia que eu estava mais próximo de ser mandado embora. Porque você não tem garantia nenhuma no final das contas quando você trabalha para os outros”, conta.

Essa sensação, aliada ao fim de um noivado, foi o que impulsionou Zé a empreender. Pegou o dinheiro que estava reservado para o casamento e, junto com o pai, abriu seu primeiro bar, chamado Quermesse, em 2009, em Curitiba (PR).

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No final tudo deu certo. O restaurante continua aberto até hoje, Zé largou a profissão de bancário depois de perceber que o negócio na gastronomia estava caminhando e, de quebra, ainda voltou com a ex-noiva, hoje esposa.

O bar ganhou mais duas unidades, mas que não funcionam no modelo de franquia, já que precisa de uma estrutura maior e mais elaborada. Zé estima ter gasto cerca de R$ 800 mil para colocar de pé o restaurante mais recente da marca.

“São negócios completamente diferentes, cada um tem um posicionamento de mercado, uma estratégia diferente. Então, por exemplo, o Quermesse é um bar para 400 pessoas sentadas, que eu preciso de um imóvel de pelo menos 600 metros quadrados, ou seja, o aluguel desse imóvel também é alto, a reforma de um imóvel desse tamanho é muito mais alta”, explica.

Além do Quermesse e do Porks, Zé é dono do Bar do Açougueiro, especializado em churrasco, com três unidades em Curitiba. Ao todo, o ex-bancário estima ter investido cerca de R$ 4 milhões nos restaurantes, em valores atualizados.

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Mesmo sem ter pretensão de transformar o Quermesse e o Bar do Açougueiro em franquias, Zé continua pensando em crescer. A ideia para o Porks em 2024 era chegar a 63 pontos ativos e receita de R$ 80 milhões, mas algumas unidades fecharam este ano, adiando o plano.

“Nunca abri um negócio só pelo amor ali e vou ficar nesse porque esse me basta. Eu sempre tive um plano e tenho ainda essas vontades de fazer coisas maiores, de criar coisas nacionais, que é o que a gente acabou fazendo”, afirma.

Fonte: Redação Terra
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