'Olhe além da funcionalidade': O que o sucesso do Rock in Rio pode ensinar para empreendedores

Durante sua apresentação em São Paulo, Luís Justo revelou os principais desafios em administrar o festival

15 out 2024 - 05h00
Luís Justo, CEO do Rock in Rio, em palestra no 1º dia da Feira do Empreendedor, São Paulo
Luís Justo, CEO do Rock in Rio, em palestra no 1º dia da Feira do Empreendedor, São Paulo
Foto: Gabriella Reis/Terra

Quem começa um novo negócio, independentemente de qual ramo, quer uma coisa: ser bem sucedido. E representantdo uma das marcas que mais simbolizam o sucesso, Luis Justo, CEO do Rock in Rio, conta como a "Economia da Experiência" pode ser determinante para os negócios.  

"A dica que eu dou é: olhe para o seu produto para além da funcionalidade, mas viva a experiência que o seu cliente tem ao utilizar o seu produto. Quais são as dores que vêm associadas a ele? Quais são as soluções possíveis que o seu produto também pode trazer além daquilo que você pensou originalmente? E você vai ver que qualquer produto ou serviço tem várias oportunidades através dessa jornada de relacionamento do cliente com a sua empresa, com o seu negócio, oportunidade de inovação", explica. 

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Justo foi um dos palestrantes da Feira do Empreendedor 2024, que aconteceu em São Paulo entre os dias 11 e 14 de outubro. Nesta e em outras apresentações, Justo conta que o festival nasceu de uma insatisfação de Roberto Medina, o criador do Rock in Rio. Mais de 30 anos depois, os desafios de gerir um evento deste porte se renovaram -- assim como ocorre com negócios em qualquer indústria. 

Durante a sua palestra, ele compartilhou cinco insights sobre negócios tendo como base a sua experiência à frente de várias empresas. Confira a seguir!

  • Proposta de valor

Justo conta que, assim que assumiu o cargo de CEO na empresa, precisava entender por que as pessoas se sentiam motivadas a comprar um ingresso e assistir ao festival. Após o estudo de três cases de vendas, entendeu o que era o Rock in Rio para ele.

"O nosso negócio é isso aqui: proporcionar experiências inesquecíveis através da música e do entretenimento", explicou o empresário. 

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"Primeira lição do dia: produto e proposta de valor são coisas diferentes e o cliente não compra o produto, ele compra a proposta de valor. Ele está indo no Rock in Rio para viver uma experiência inesquecível e se essa experiência inesquecível vai ser materializada através de um artista preferido ou de um musical da Broadway falando a história do Rock in Rio ou de uma montanha-russa incrível que a gente criou", acrescentou. "A gente vai estar inovando, entendendo que o negócio é proporcionar experiência, não é só contratar bandas e colocar em cima do palco".

  • Estratégia e cultura

Como segunda lição, ele explicou os valores da empresa e destacou que a estratégia é muito mais do que apenas definir um alvo, mas que também é necessário criar uma cultura que atraia pessoas com os mesmos valores. 

“Existe uma filosofia central do nosso negócio que é o de sonhar e o de fazer acontecer. A gente começou a empresa a partir de um sonho, lá atrás através do Roberto, e até hoje, o Rock in Rio tem que ser uma plataforma para realizar o seu sonho. Não o meu, nem o do Roberto. [...] Quem está lá com a gente acredita nisso aqui”, conta. 

  • Inovação, jornada do cliente e escuta proativa

"A observação da jornada do cliente é uma opção de inovação quando se tem a tal da escuta ativa, de estar lá escutando o cliente. [...] Se a gente tem escuta proativa de entender o que a gente fez de errado, mas genuinamente querendo transformar a partir do que a gente ouve dos nossos clientes, é óbvio que o meu produto, o meu serviço, vai estar constantemente, sendo melhorado", destacou. 

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  • Crise

No terceiro ensinamento, Justo detalhou que gerir um negócio não é um trabalho fácil. No entanto, o empreendedor pode transformar o problema em uma oportunidade. 

"Falo isso da cadeira de quem está há 20 anos como CEO de empresas: é uma crise por dia. Não tem negócio fácil. Óbvio que fazer qualquer coisa relevante, pequena ou grande, passa necessariamente por esse tema. [...] Toda crise necessariamente tem uma oportunidade por trás", afirmou. 

  • Compartilhe os resultados com sua equipe

Como último conselho aos empreendedores, ele destacou que é importante convidar o funcionário a vivenciar os resultados do trabalho dele. 

"Tem uma coisa que é obrigatória e que eu exijo que todo mundo faça no Rock in Rio. Quando a gente abre, depois de dois anos trabalhando tanto para aquele momento acontecer, a nossa equipe tem que estar na frente daqueles portões para a gente entender que aquela planilha que o financeiro está trabalhando, aquele cafezinho que o Tadeu está servindo, todos os perrengues que a gente vive ao longo daqueles dois anos, no final está sendo entregue para aquele cliente", destacou. 

Fonte: Redação Terra
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