Especialistas avaliam que a Americanas entrará com pedido de recuperação judicial nos próximos 30 dias, avaliam especialistas. E será uma das maiores da história e um processo longo.
“A novela está apenas começando. O rombo financeiro da Americanas pode ser um dos maiores escândalos financeiros da história do Brasil, ficando atrás de casos da Odebretch, Samarco e Oi”, afirma Filipe Denki, advogado e administrador judicial, diretor da Comissão de Recuperação de Empresas e Falência do Conselho Federal da OAB e sócio do Lara Martins Advogados.
Aqui vale lembrar que caso o grupo não cumpra o prazo de 30 dias para entrar em recuperação, perde a medida cautelar e os credores poderão pedir antecipação de dívida.
O buraco que não parece ter fim
Surgida da fusão da Lojas Americanas com a B2W, a Americanas S.A. entrou em crise por causa de “inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões, anunciadas no último dia 11 de janeiro.
Em setembro de 2022, a empresa divulgava ter R$ 47 bilhões em ativos, mas o patrimônio líquido (PL) ficava em R$ 14 bilhões. Um negativo de R$ 20 bilhões é mais do que suficiente para deixar o PL da empresa também negativo.
Em 2021, a Americanas fez sua último auditoria completa com a PwC, que aprovou as demonstrações financeiras da companhia sem ressalvas.
“As demonstrações contábeis referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Americanas S.A. e da Americanas S.A. e suas controladas em 31 de dezembro de 2021, o desempenho de suas operações e os seus respectivos fluxos de caixa consolidados”, diz o relatório da PwC de 24 de fevereiro de 2022.