O Banco Mundial soltou uma bomba. Chama-se "Perspectivas Econômicas Globais". É um estudo econômico que assusta quem lê.
Para Martin Wolf, o cenário na economia mundial é sombrio, principalmente para os países emergentes e em desenvolvimento. Ele diz que esta crise múltipla "persistirá no futuro previsível". Não tem hora para acabar.
Wolf não é um apocalíptico irresponsável. Quando fala, as pessoas ouvem. Ele é o editor e principal analista de economia do "Financial Times", venerando e venerado jornal de negócios britânico.
Segundo o Banco Mundial, esta situação é resultado de uma combinação única de fatores negativos: desaceleração do comércio mundial, crescimento do protecionismo, crise climática e - muito importante - o acúmulo do endividamento dos países pobres.
Essa era a grande pauta do encontro em Paris esses dias. Você viu o Lula discursando por lá. O Brasil, perto de alguns países por aí, até que não está tão mal. Mas não vai sair incólume.
Ninguém vai sair na boa dessa encrenca, sem uma grande reforma na economia planetária. Vivemos e viveremos o que já foi batizado de "Policrise", e você pode saber mais sobre ela - e quem pode de fato resolvê-la - neste vídeo acima.
A ideia do encontro, promovido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, era justamente reunir as nações e instituições globais pra discutir: de onde vai vir a grana para os países pobres enfrentarem essa situação? De onde sairá o investimento para fazerem a crucial e urgente transição energética? E o que fazer com suas crescentes e crescentemente impagáveis dívidas? O encontro rendeu poucas respostas concretas.
Encontrá-las é urgente.
(*) André Forastieri é jornalista, consultor, sócio da agência Compasso e fundador de Homework.