Com a aproximação da Black Friday, que ocorre no dia 25 de novembro, muitos portais já realizam promoções antecipadas e deixam consumidores animados com as possibilidades de conseguir os melhores descontos. Mas cuidado: nesta época, golpes como descontos falsos e roubos de dados de cartão de crédito, se tornam muito comuns.
Como, então, evitar cair em roubadas na hora de aproveitar a Black Friday? Veja as situações mais frequentes e os respectivos cuidados.
Sites ou perfis falsos
Segundo o próprio Procon-SP, órgão de defesa dos direitos do consumidor, o primeiro passo para o consumidor que deseja evitar furadas na Black Friday está na pesquisa antes mesmo da compra.
Ao navegar pela internet, o usuário deve estar alerta para a existência de sites e perfis de redes sociais falsos que oferecem ofertas enganosas. Os dados devem sempre ser checados, antes de qualquer consulta de preços ou compra.
Para Pedro Torres, advogado especialista em crimes digitais, uma das modalidades de fraude mais esperadas para esta Black Friday são os sites falsos.
“Os criminosos criam sites que são visualmente idênticos aos de grandes lojas para tentar se passar por elas, vendendo produtos inexistentes e oferecendo promoções muito atrativas. Ao tentar realizar o pagamento, o consumidor distraído recebe um boleto falso ou uma chave Pix que direciona o pagamento para a conta dos criminosos”, explica.
Além da transferência de dinheiro, a vítima acaba realizando um cadastro nessas plataformas, sendo convencida a divulgar seus dados pessoais e do seu cartão de crédito, o que pode gerar mais transtornos.
Para evitar esse tipo de situação, o internauta pode observar se o site possui selos de segurança, verificar se existem erros de ortografia nas páginas, se a empresa tem endereço físico, consultar o CNPJ no site da Receita Federal e verificar a data de criação do negócio. Se a empresa nasceu há poucos dias, cuidado.
Neste sentido, o Procon tem uma lista atualizada com sites suspeitos que devem ser evitados, a “Evite Esses Sites”. O órgão também recomenda entrar em sites por meios oficiais digitando a URL inteira no nabegaor, em vez de links em e-mails ou mensagens de WhatsApp.
Na hora de fazer o pagamento, o consumidor pode realizar outra checagem no boleto ou nas telas de confirmação em transferências via Pix, que mostram o nome da empresa, seu CNPJ e seu endereço. Em caso de qualquer informação que pareça estranha, não hesite em abandonar a compra.
Descontos de mentira
Outro golpe bastante comum é o do falso desconto – responsável, inclusive, pela criação da expressão popular “Black Fraude”. Nesta manobra, as empresas aumentam os valores de produtos nas proximidades da Black Friday para, depois, anunciar um desconto que, na prática, se torna nulo.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Reclame Aqui mostrou que, de 2016 a 2020, o quesito propaganda enganosa foi o mais citado por consumidores como principal problema da Black Friday no Brasil. Na última edição, em 2021, o mesmo quesito ficou em segundo lugar, sendo ultrapassado por atrasos na entrega.
A recomendação neste caso é que o consumidor tenha guardado qual a média de preço do produto desejado antes da aproximação da data comemorativa, para poder ter uma base de comparação sobre os supostos descontos oferecidos.
Detalhes que inflam o preço no carrinho
Por mais que o site seja seguro e o desconto seja real, o consumidor ainda não deve abaixar completamente a guarda na hora de concluir sua compra. Torres lembra que muitas empresas aplicam detalhes antes de concluir compras que inflam o preço final, assim que os produtos são adicionados ao carrinho.
“É muito comum que algumas lojas reduzam o valor dos produtos consideravelmente para conseguirem uma vantagem em face de seus concorrentes e para chamarem a atenção dos consumidores. Contudo, na hora de finalizar a transação o valor do frete é tão elevado que o desconto, na prática, é inútil”, afirma.
O consumidor que, após sua compra, tiver problema com atraso, não entrega ou outras questões, deve entrar em contato com a empresa e registrar sua demanda.
Caso não consiga uma solução, pode procurar órgãos como o próprio Procon-SP, no atendimento online ou presencial.