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O que esperar da Black Friday em dia de jogo da Seleção

Impacto econômico da Copa do Mundo será diferente àquele que estamos acostumados

6 set 2022 - 01h00
(atualizado em 26/10/2022 às 11h32)
Foto: Adobe Stock

Uma Black Friday é feita com muito planejamento, negociações com fornecedores, estratégias inovadoras e tecnologia. Este ano, porém, um fator específico que não entrava nesta conta está tornando a data peculiar para quem pretende superar as metas dos anos anteriores: a Copa do Mundo.

O varejo online ainda está tentando compreender o que significa ter a estreia da seleção brasileira marcada para às 16h em plena véspera de Black Friday ― e creio que será a primeira e única vez que viveremos isso. A única certeza é que seremos surpreendidos de muitas maneiras, sem sombra de dúvidas.

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Para 2022, o impacto econômico da Copa do Mundo será muito diferente àquele que estamos acostumados, afinal ela ocorrerá em uma época do ano de maior comércio, mas também de menor produção. 

Com os possíveis feriados por ocasião da Copa, a produção do país deve desacelerar mais que o habitual, afetando o varejo. Além disso, os feriados devem beneficiar muito o setor de turismo, e isso pode fazer com que as pessoas gastem menos com produtos e mais com viagens.

Black Friday em tempos de inflação alta

Outro ponto que precisa ser considerado é o nível alto da inflação, que deve se manter até o final do ano, de acordo com economistas. Se pensarmos de forma otimista, o maior controle da inflação até novembro pode permitir que a demanda reprimida volte a consumir, levando pessoas que não têm comprado por conta da inflação a gastar mais no momento da Copa.

Sabemos que o impacto nas vendas começa semanas e até meses antes do torneio. Segundo o Google, diversos itens tiveram aumento na procura entre os brasileiros antes da Copa de 2018, com destaque para painel de TV (alta de 5,7 vezes), sofá (4,4 vezes), TVs (3,4 vezes) e smartphones (2,6 vezes). E queremos muito que isso aconteça, mas são apenas suposições, dado o cenário econômico.

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Fatores que devem funcionar como elemento surpresa

Entre os fatores que devem funcionar como elemento surpresa, temos o costume dos brasileiros de encerrar seus expedientes duas horas antes dos jogos para voltarem suas atenções à performance do Brasil no principal evento mundial de futebol. Como é de se esperar, muitos vão ao restaurante ou ao bar de sua preferência e, caso a seleção saia vencedora, ninguém tem hora para sair. E quem se lembra de consumir algo quando está comemorando uma vitória do Brasil?

Obviamente, os lojistas sabem que é importante antecipar ofertas, mas as melhores oportunidades irão ao ar à meia noite do dia 25. Neste ano, se a tradição de subir as maiores promoções no dia D se confirmar, pode ser que o desempenho não seja tão positivo quanto o esperado... Mas também pode ser que seja o contrário. Talvez, graças à quantidade de vendas por impulso. Será um ano de testes e de surpresas.

Como fica a segurança do consumidor

Uma outra preocupação que precisa ser considerada é a segurança do consumidor. Em meio a tantas comemorações e feriados, existe o risco de aumentarem também os golpes ― principalmente para as compras de eletrônicos. Será preciso muita orientação aos consumidores para não acreditarem em promoções mirabolantes e outras estratégias maldosas que certamente irão crescer junto com as ofertas da Black Friday.

Apesar das incertezas, seguimos otimistas. Nunca passamos pela experiência de ter uma Copa do Mundo coincidindo com a principal data do varejo, mas temos muitos ventos em nosso favor. Um deles é o pagamento do décimo terceiro, que costuma ocorrer no dia 30 de novembro e funcionará como um estímulo para o consumo.

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É bem verdade que em ano de Copa as pessoas dedicam seus reais a mais ao setor de serviços, especificamente com diversão, lazer e gastronomia. Mas uma boa oferta é bem capaz de convencer os consumidores a comprarem produtos dos quais estejam precisando. Esta é a essência da Black Friday.

(*) Marcelo Dantas é CEO da Estrela10. 

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