Entenda porque a candidíase surge com mais frequência durante o verão

Com sintomas como a irritação e a coceira, a candidíase é um problema que aflige cerca de 75% das mulheres

12 dez 2022 - 13h19
(atualizado às 17h55)
Candidiase verão praia
Candidiase verão praia
Foto: Shutterstock / Alto Astral

Faltam poucos dias para a chegada oficial do verão, mas os termômetros já se comportam como se estivéssemos na estação mais quente do ano. E com o calor chega o bronzeado, roupas mais leves, os dias mais iluminados e também um problema que aflige 75% das mulheres: a candidíase.

Conhecida por se manifestar com frequência nesta época do ano, a candidíase vulvovaginal é uma patologia causada pelos fungos do gênero Cândida. E um dos motivos para isso está no uso de roupas mais pesadas por períodos longos, assim como no excesso de piscina e de praia em dias de altas temperaturas.

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Mas esses não são os únicos motivos. A alergista e imunologista Brianna Nicoletti explica que "a infecção vaginal por Cândida albicans é associada a situações de debilidade do organismo, alto teor de glicogênio (derivado dos açúcares) e acidez vaginal". Por isso, doenças imunossupressoras, diabetes e o uso crônico de corticoides também são fatores de risco para a candidíase.

Além disso, o uso de alguns antibióticos, que, segundo estudos, costumam suprimir a flora vaginal, favorecem a colonização e infecção pelos fungos.

Agora quando o assunto são hormônios, a possibilidade de desenvolvimento da doença também aumenta. Segundo a médica, o excesso de progesterona no organismo aumenta a disponibilidade de glicogênio no ambiente vaginal, e serve como uma fonte de alimento para o crescimento e germinação das leveduras.

Por outro lado, o excesso de estrogênio também pode aumentar as chances de infecção. O hormônio é comum em pílulas anticoncepcionais combinadas, terapia de reposição hormonal ou durante a gravidez.

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O que pode causar a candidíase?

Segundo a médica, "pequenos traumas como o ato sexual, o hábito de usar roupas muito justas ou de fibras sintéticas, ou ainda de permanecer muito tempo com roupas de banho molhadas, ou úmidas podem favorecer o ambiente para proliferação do fungo".

Brianna Nicoletti complementa: "além disso, sabemos que podem estar relacionadas a dieta alimentar rica em açúcares e carboidratos e também a vivências de situações de estresse, que aumentam o nível sérico de cortisol".

Mesmo comum, a doença preocupa. Mas não há motivo para medo, afinal a presença do fungo não representa riscos, nem exige tratamento quando não existem sintomas. Ainda assim, vale a pena ficar de olho caso perceba sinais como:

  • Irritação
  • Coceira
  • Corrimento branco-amarelado

Tratamento:

Como bem lembra o ginecologista e obstetra Igor Padovesi, "a candidíase acontece quando a população de fungos aumenta excessivamente e entra em desequilíbrio com o restante da flora vaginal". Por isso, é importante entender o que pode ter levado à diminuição de sua imunidade. E apesar do susto e dos sintomas incômodos, hoje em dia já existem diversas opções de tratamento para a candidíase, desde comprimidos a cremes de uso tópico.

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No entanto, é preciso ficar de olho aos casos de candidíase recorrente. Esses são casos que precisam de acompanhamento médico especializado e são classificados assim quando o problema reaparece em quatro ou mais episódios a cada 12 meses.

Em quadros como esse, a conduta pode ser combinada. Ou seja, com uso de medicamentos e ajustes no estilo de vida, para controlar a condição e melhorar os sintomas. Portanto, não deixe de consultar um ginecologista sempre!

Fonte: Dra. Brianna Nicoletti, alergista e imunologista pela USP; Dr. Igor Padovesi, ginecologista e obstetra pela USP e médico do Hospital Albert Einstein.

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