Ao deixar Cristiano Ronaldo no banco de reservas contra a Suíça, Fernando Santos atraiu para si uma responsabilidade gigante sobre o futuro da seleção portuguesa na Copa do Mundo. A aposta do treinador em Gonçalo Ramos foi a decisão mais ousada e corajosa do Mundial, e o 6 a 1 de Portugal foi a prova cabal que a equipe pode faturar o título com CR7 não sendo mais a estrela do time, e sim um coadjuvante.
Além de barrar o astro português, dando um claro recado sobre a hierarquia no elenco, ele deixou outros "intocáveis" no banco de reservas, como João Cancelo e Rúben Neves, optando por Raphael Guerreiro e Otávio no time titular, que também se destacaram na partida.
Assim, Portugal finalmente cumpriu o que o treinador tanto pediu e conseguiu ser uma equipe ofensiva e criativa, com muito dinamismo no meio-campo e uma completa anarquia em campo. Na defesa, o goleiro Diogo Costa foi um verdadeiro paredão, e Pepe, mesmo com 39 anos, mostrou que ainda tem muita gasolina no tanque, sendo um general no jogo aéreo.
A equipe portuguesa ditou o ritmo da partida e conseguiu furar o bloqueio suíço com muita facilidade, liquidando o jogo ainda no primeiro tempo. Na etapa final, os lusitanos foram inteligentes para aproveitar os espaços cedidos pelo adversário e transformaram a vitória em uma goleada histórica.
Mas o grande diferencial foi Gonçalo Ramos. Com 21 anos, o atacante não se deixou abalar pelo peso de substituir Cristiano Ronaldo e tomou conta do jogo, anotando um hat-trick e mostrando como a seleção melhora coletivamente sem o camisa 7 em campo.
Resta saber se Fernando Santos vai seguir a aposta e manter CR7 no banco contra Marrocos, algo impensável até alguns dias atrás. Independente da decisão do treinador, a grande notícia para os portugueses é a consciência e confiança de que a equipe pode e sabe ganhar sem sua principal estrela.