Ídolo de time de Neymar, Sérgio Soares vê Liga Saudita com potencial para competir com torneios europeus

15 nov 2023 - 08h16

A Liga Saudita vem ganhando notoriedade, com a contratação de grandes jogadores do futebol mundial e investimento astronômico. Mas, para o ex-meio-campista Sérgio Soares, este mercado não só não é uma novidade, como está pronto para competir com o mercado europeu. Com passagens por Santo André, Juventus da Mooca e Palmeiras, o ex-jogador tem status de ídolo no Al-Hilal, atual equipe de Neymar.

Foto: ( Arquivo pessoal) / Gazeta Esportiva

Sérgio jogava no Juventus quando recebeu proposta da equipe saudita, em 1992. Apesar da pouca informação disponível na época, o ex-jogador conta que não teve dificuldades na adaptação por contar com a companhia de outros brasileiros e já conhecer a cultura local após visitas anteriores.

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"Acertei numa quarta-feira e, na outra semana, já estava viajando. Fui buscar informação e fiquei sabendo que o Rivelino tinha jogado lá na década de 1970. Fui tranquilo, porque tinha o Candinho, o professor Medina, brasileiros que lá estavam. O Candinho me explicou como era o Al-Hilal. Eu já conhecia o mundo árabe, porque tinha ido com a Seleção ao Catar. Então, já sabia que tinha toda a questão religiosa", disse Sérgio à Gazeta Esportiva.com.

Com duas passagens no Al-Hilal (1992/93 e 1994/95), ele disputou quase 100 partidas, marcou dez gols, chegou a ser considerado o melhor estrangeiro e teve a possibilidade de se naturalizar saudita para disputar a Copa do Mundo de 1994. Neste período, o ex-meia conquistou um título da Liga dos Campeões Árabes.

Na parte técnica, o ex-jogador revela que se "surpreendeu positivamente com a qualidade de alguns jogadores", como Saeed Al-Owairan, autor de um dos gols mais bonitos da Copa do Mundo de 1994, e Sami Al-Jaber, oitavo maior artilheiro da história do Al-Hilal, com 55 gols. Mas Sérgio ressaltou que a organização está cada vez melhor por conta dos jogadores que estão chegando.

Na última janela de transferência, foram investidos quase R$ 5 bilhões, com a contratação de craques como Benzema, Sadio Mané, Kanté e os brasileiros Neymar, Malcom, Fabinho e Firmino. Para Sérgio, o gasto é com o objetivo de fazer a Liga Saudita competir com os principais campeonatos europeus.

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"Eles querem, até 2030, ser a sexta melhor liga do mundo. Estão levando jogadores de qualidade, que estavam na Europa e, agora, estão jogando no mundo árabe e querem fazer essa liga forte. Pensando nisso, vai ser realmente um atrativo, vai brigar. A gente deixa a Premier League em um patamar acima de todas, mas a Liga Saudita pode brigar com a Italiana, com a Espanhola, com a Alemã", afirmou.

Entre as transferências, uma das que mais causou impacto no mundo do futebol foi a ida de Neymar para o Al-Hilal. Aos 31 anos e ainda um dos principais jogadores da Europa, o atacante brasileiro foi muito questionado pela decisão de trocar o mercado mais competitivo do mundo por uma competição ainda em crescimento, com idade e talento para continuar jogando em alto nível na elite.

"Todo mundo fala: 'O Neymar tomou a decisão equivocada'. Eu acho que, pelo fato de você ter jogadores nas outras equipes com qualidade, acaba tendo uma liga forte, que tem competitividade. O Cristiano está no Al Nassr, então acredito que não foi um erro do Neymar, até pelo que está pensando em termos de projeção para a Liga Saudita", refletiu Sérgio, que vê o campeonato como palco para o craque brasileiro ser um dos personagens principais no crescimento de um novo futebol.

Gazeta Esportiva
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