O torcedor do Atlético-MG sabe qual será o treinador da equipe em 2022. Trata-se do argentino Antonio Mohamed, ou 'El Turco Mohamed', que chega com a missão de substituir Cuca, técnico da tríplice coroa de 2021 (Campeonato Mineiro, Brasileirão e Copa do Brasil) e que pôs fim ao jejum de 50 anos do clube sem vencer o Campeonato Brasileiro.
Aos 51 anos, o 'Turco' estava livre no mercado desde 2020 e aceitou a oferta de treinar o Galo por um ano. Ele é ex-jogador de futebol, atuou em clubes como Independiente, Boca Juniors e Monterrey-MEX, pendurou as chuteiras em 2003 e, logo depois, decidiu virar treinador.
Mas quem é Antonio Mohamed? Qual o estilo de jogo? Ele construiu uma carreira de sucesso? LANCE! mostra tudo sobre a história do argentino como técnico de futebol.
Estilo flexível
Em material obtido pelo portal "GE", uma espécie de portfólio do treinador, foi detalhado como Mohamed enxerga o futebol e podemos ter uma ideia de como será o Atlético-MG comandado por ele.
O que mais se destaca nas descrições é a adaptabilidade, pois o treinador coloca os "jogadores acima do sistema". Ou seja, seus times são moldados a partir das características do elenco. Além disso, Mohamed preza por treinar suas equipes com base nos jogos seguintes, definindo táticas de acordo com o adversário e o contexto da partida.
Nesse sentido, o ' Turco' se assemelha a um técnico que fez sucesso recente no Brasil com um modelo adaptável: o português Abel Ferreira, do Palmeiras. No detalhamento dos esquemas de jogo utilizados por Mohamed, vários foram encontrados, como o 4-3-3 e o 5-3-2.
Sucesso no México e na Argentina
Mohamed tem passagens por muitos clubes em seu currículo. Os destaques ficam para os trabalhos no Huracán (ARG), Independiente (ARG), Tijuana (MEX), Monterrey (MEX), América (MEX) e Celta de Vigo (ESP).
No Huracán, em 2007, levou o time à primeira divisão da Argentina e conquistou o recorde de pontos do clube em uma temporada regular. Três anos depois, assumiu o "Rei de Copas" (Independiente) e foi campeão da Sul-Americana de 2010, vencendo o Goiás na final.
Mas foi no México que 'El Turco' mais se destacou. Foi campeão de três edições do Campeonato Mexicano (Apertura), uma pelo Tijuana, uma no América e outra no Monterrey. Nos "Rayados" (apelido do Monterrey), ainda venceu duas Copas México e conquistou o 3° lugar no Mundial de Clubes de 2019.
Trauma e promessa ao filho
Em 2006, uma tragédia abalou a vida de Antonio Mohamed. Ele levou seu filho Farid, de nove anos e fã de futebol e da seleção argentina, para assistir a Copa do Mundo daquele ano, disputada na Alemanha.
Após a eliminação dos 'hermanos' para a seleção anfitriã nas quartas de final, nos pênaltis, Mohamed e sua família se dirigiam ao aeroporto de Frankfurt e o carro em que estavam foi atingido por outro em alta velocidade. O garoto de nove anos teve graves ferimentos, não resistiu e acabou morrendo.
O Turco, então, fez uma promessa: ele teria como meta ser campeão nacional com o Monterrey, time de coração do pequeno Farid.
Em 2019, quando era técnico do Monterrey, ele conseguiu: nos pênaltis, seu time derrotou o América e se sagrou campeão do Apertura daquele ano.
- (Dedico) a minha mãe, ao meu pai e ao meu filho. Eles devem estar fazendo uma festa lá em cima - disse o treinador, que carregava um terço no banco de reservas, ao jornal mexicano Récord.
Briga com Klopp e encontro com o Galo
Em 2019, durante o Mundial de Clubes, Antonio Mohamed, então treinador do Monterrey, protagonizou uma discussão quente com Jürgen Klopp, técnico do Liverpool. Em entrevista a um site argentino, 'El Turco' revelou que Klopp foi desrespeitoso com ele na ocasião, fazendo com que "perdesse a compostura".
- Ele ficou o tempo inteiro pedindo amarelo porque dizia que estávamos batendo no Salah toda hora, mas quando eu pedi um cartão para que expulsassem um jogador dele, ele mostrou a língua e tirou sarro de mim - contou.
Outra história curiosa envolvendo o técnico foi que ele já cruzou com o Atlético-MG, e não foi em um jogo qualquer. Mohamed treinava o Tijuana na Libertadores de 2013 e, nas quartas de final, teve o Galo como adversário.
O jogo da volta ficou muito marcado pela noite de São Victor, pois o goleiro defendeu um pênalti cobrado pelo atacante Riascos aos 48 minutos do segundo tempo e garantiu a vaga do clube mineiro nas semifinais. O Atlético foi campeão daquela Libertadores.
*Sob orientação de Leonardo Martins