A primeira testemunha no julgamento do caso de assassinato de Oscar Pistorius afirmou que ouviu "gritos de congelar o sangue" de uma mulher, antes dos tiros disparados pelo atleta sul-africano que mataram sua namorada, Reeva Steenkamp, em 14 de fevereiro do ano passado. O depoimento foi uma abertura dramática para um caso que pode terminar com a prisão perpétua de uma das figuras mais admiradas do esporte.
Testemunhando após a estrela olímpica afirmou ser inocente do assassinato de sua namorada, Michelle Burger, que mora em uma casa vizinha à de Pistorius, afirmou que acordou no meio da noite por uma mulher gritando por socorro.
"Eu ainda estava na cama e ouvi os gritos dela", disse Burger à Corte de Pretória, na língua africâner e com a ajuda de um intérprete. "Ela gritou terrivelmente e clamou por socorro. Então também ouvi um homem gritando por ajuda. Ele gritou por socorro três vezes".
Pensando ser uma invasão de domicílio, Burger afirmou que seu marido ligou para a segurança privada que faz a vigilância da casa. Pouco depois, o casal ouviu mais gritos. "Eu ouvi os gritos de novo. Foi pior, mais intenso. Ela estava apavorada. Logo depois dos gritos, ouvi quatro tiros. Foi traumático, gritos de congelar o sangue", disse a testemunha.
Durante o depoimento, Pistorius, 27 anos, se manteve sentado e impassível, olhando para o chão. O atleta, que nasceu sem parte das pernas mas correu a semifinal dos 400 m na Olimpíada de 2012 com próteses de fibras de carbono, defendeu que a morte de Steenkap foi um trágico acidente, alegando ter confundido a noiva com um intruso se escondendo no banheiro.