Com a proximidade da divulgação da lista oficial dos inscritos do FIA WEC 2025, prevista para o dia 25, aos poucos vão surgindo nomes que farão parte do campeonato. Nesta quarta (20), veio um anúncio que, de certa forma, surpreendeu ao grande público: a união entre a Iron Lynx e a Mercedes para a categoria LMGT3.
Muito se falava que os alemães viriam para o FIA WEC em 2025, uma situação que veio mudando rapidamente, já que se diz que a intenção oficial era entrar este ano, mas FIA/ACO (organizadores do FIA WEC) deram prioridade a equipes que tivessem carros também nos Hypercars, o que aconteceu com a Lamborghini. Como a Mercedes não tinha planos, não houve a entrada.
O que chamou a atenção foi a ligação com a Iron Lynx, que não tinha qualquer ligação com a Mercedes. Se dizia que equipes clientes como a GetSpeed e a Winward, que tem sido um grande apoio no programa GT, seriam a porta de entrada dos alemães. Porém, a tempestade surgida entre a Iron Lynx e a Lamborghini em relação ao programa de competições, ajudou a concluir esta ligação.
Com este anúncio, a Iron Lynx vai para o seu quarto fabricante em 5 temporadas (Ferrari, Porsche, Lamborghini e Mercedes). E seu programa de competições passa a ser dividido em dois: o principal será com a Mercedes, utilizando o modelo AMG GT3 EVO (que deve ganhar um sucessor em 2026), com os números 60 e 61 (com Claudio Schiavoni e Matteo Cressoni confirmados, respectivamente). E o secundário, das Iron Dames, deverá ficar com o segundo Porsche da Manthey, campeã da LMGT3 deste ano.
Oficialmente, é a entrada da Mercedes no FIA WEC (que começou em 2012). Porém, não podemos esquecer que a marca alemã tem participação no Endurance: A Mercedes bateu ponto na mítica prova francesa a partir de 1953 com a criação do Campeonato Mundial de Marcas. Porém, com o trágico acidente da edição de 1955 nas 24 Horas de Le Mans, os alemães se afastaram das competições. E só voltaram pelas mãos de Peter Sauber em 1987, competindo até 1992. Em Le Mans, a Mercedes voltou em 1999 com o CLR, que teve sérios problemas de concepção, levando a decolagem de dois carros, sem danos aos pilotos, felizmente.
Várias perguntas aparecem agora:
- Qual será a interferência da Mercedes na escolha de pilotos? Cabe lembrar que os alemães têm grandes pilotos em seu guarda-chuva como Maro Engel, Lucas Auer, Ralf Aron e Daniel Juncadella. Edoardo Mortara, que estava com a Mercedes até o ano passado e veio para o programa Lamborghini, pode também aparecer. Sonhar com a volta de Doriane Pin até é uma possibilidade remota...
- Como fica a Lamborghini? O programa de competições no FIA WEC e IMSA seria tocado pela Iron Lynx, especialmente em relação aos SC63 (Hypercar). Mas o desempenho dos Huracan deixou a desejar (estão no final de ciclo de competição, sendo substituídos em 2026 pelo Temerario), bem como do SC63, que não teve muito desenvolvimento ao longo do ano. O mau desempenho do Grupo VW pode atrapalhar um retorno.
- Com a saída da Lamborghini, como fará FIA/ACO? Com a obrigatoriedade de 2 carros, um problema se cria nos Hypercars. O limite de carros é 40. Por enquanto, temos 18 confirmados na LMGT3, o que sobraria 22 vagas para os Hypercar. A ver se deixarão abertura para o retorno de Vanwall e Isotta Fraschini ou até mesmo a aparição de alguma equipe com os Porsche 963 que eram da Jota Sport pode acontecer (embora não tenham muitas pistas sobre esta possibilidade).
- Como será o tratamento do AMG GT3 EVO pelo FIA/ACO? Embora seja um carro usado em várias frentes, nunca usou os sensores de torque exigidos pelo regulamento do FIA WEC desde este ano (e que o IMSA adotará em 2025). A ver como será tratada a questão da homologação, já que um substituto para este modelo virá em 2026.