F1: Red Bull cria problema ao escolher substituto de Pérez

A equipe deixa para trás um piloto com mais experiência para escolher um novato

19 dez 2024 - 07h22
(atualizado às 07h52)
Foto: Esporte News Mundo

A Red Bull Racing fez o anúncio que já estava nos bastidores da Fórmula 1: Liam Lawson substituirá Sergio Pérez como companheiro de Max Verstappen na temporada de 2025. Embora a saída de Pérez não seja surpresa, devido ao seu desempenho abaixo do esperado, a escolha de Lawson em detrimento de Yuki Tsunoda acendeu debates. Afinal, qual o critério da Red Bull para promover pilotos?

Sergio Pérez enfrentou um 2024 frustrante, com resultados inconsistentes e bem aquém do esperado para um piloto da principal equipe do grid. Seu contrato, que ia até 2026, foi encerrado antecipadamente, algo que muitos já consideravam inevitável. No entanto, a solução adotada pela Red Bull não foi promover Tsunoda, que vinha de uma temporada sólida na AlphaTauri (hoje VCARB), mas sim apostar no jovem neozelandês Lawson, de 22 anos.

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Liam Lawson ganhou os holofotes ao substituir Daniel Ricciardo em corridas estratégicas após o australiano sofrer uma lesão. Sua consistência e maturidade impressionaram a cúpula da Red Bull, mas será que isso justifica sua promoção direta?

Tsunoda: progresso ignorado?

Yuki Tsunoda, que cresceu significativamente como piloto desde sua estreia em 2021, tinha grandes expectativas de ser promovido à equipe principal. Seu progresso técnico e mental foi visível nas últimas temporadas, mas a decisão de mantê-lo na VCARB sinaliza que a Red Bull ainda não o enxerga como pronto para o desafio maior ou que ele poderia ser um grande problema na disputa com Max Verstappen por posicionamento em decisões favoráveis ao holandês.

Tsunoda expressou frustração com a decisão, afirmando em entrevistas recentes que não pode depender exclusivamente da estrutura da Red Bull para avançar sua carreira. Sua colocação é válida: ele deu tudo pela equipe e, ainda assim, foi preterido. Esse tipo de gestão pode desmotivar pilotos e afetar a moral dentro do sistema de desenvolvimento da Red Bull.

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Por que Lawson?

Christian Horner, chefe da Red Bull, justificou a decisão como uma aposta no potencial a longo prazo de Lawson. Embora reconheça o desempenho sólido de Tsunoda, Horner deixou claro que a Red Bull viu em Lawson uma oportunidade de construir um piloto capaz de entregar resultados consistentes em um curto período.

Lawson, por sua vez, demonstra um estilo de pilotagem controlado e maduro para sua idade, mas a experiência limitada pode ser um risco em uma equipe de ponta. Em um ambiente onde a pressão é extrema e Verstappen domina, há questionamentos sobre como o jovem piloto lidará com as demandas.

Gestão da Red Bull sob os olhares críticos

A Red Bull Racing é conhecida por ser implacável em suas decisões. Desde a época de Pierre Gasly e Alex Albon, a equipe mostra pouca paciência com pilotos que não atendem às expectativas rapidamente. No entanto, ao preterir Tsunoda, a Red Bull pode estar enviando uma mensagem preocupante aos jovens pilotos de seu programa: nem sempre a evolução constante é suficiente.

Essa escolha reforça a imagem da Red Bull como uma equipe que prioriza apostas em "talentos brutos" sobre aqueles que apresentam uma progressão sólida. A médio e longo prazo, isso pode prejudicar sua capacidade de atrair novos talentos para o programa de desenvolvimento.

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Uma decisão corajosa ou arriscada

A decisão de promover Liam Lawson e deixar Yuki Tsunoda na VCARB é, no mínimo, controversa. Lawson terá a difícil tarefa de justificar essa aposta, enquanto Tsunoda terá que encontrar formas de manter sua moral alta. No fim, a Red Bull se mantém fiel ao seu estilo de gestão: apostar alto, mesmo que isso signifique correr grandes riscos.

Para os fãs e especialistas, resta acompanhar a temporada de 2025 e ver se essa escolha será um acerto ou um erro estratégico para a equipe de Milton Keynes.

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