Ayrton Senna, já tricampeão, chegou a Mônaco buscando uma recuperação. O rival do ano anterior, Nigel Mansell, varria o campeonato: em cinco etapas, cinco vitórias. A Williams FW14B era uma evolução considerável e mais confiável da FW14. Contava com recursos como suspensão ativa e controle de tração, além da nova versão dos motores Renault V10, que garantiam potência e confiabilidade.
Para a McLaren, a história era outra: em 1991, já era notório que ela não tinha o melhor equipamento ao final da temporada. Em 1992, veio cheia de novidades: Trouxe o MP4/7A, que contava com câmbio semiautomático, algo que só Ferrari e Williams tinham até então, mas que dava muitos problemas. O motor Honda V12 devia em relação ao Renault em termos de potência. A marca japonesa trouxe um novo conceito, com os 12 cilindros a um ângulo de 75° contra os 60° do ano anterior, para obter mais potência. Mas aconteceu o contrário: a unidade era mais pesada, mais fraca e "beberrona" do que sua antecessora.
Até aquele momento da temporada, a melhor posição da McLaren tinha sido dois terceiros lugares nos GPs da África do Sul e de San Marino, com o próprio Senna. Voltando à Mônaco: Na qualificação, Mansell fez a pole sobrando, com 0s873 para seu companheiro de equipe, Ricardo Patrese, e 1s113 para Ayrton Senna. Na largada, Senna pulou bem e assumiu a segunda posição na freada para a Saint Devote. Mansell abriu e Ayrton segurou Patrese até a volta 34, quando já estava a 18s207 de Mansell. A partir daí, começou a abrir para o italiano e a segunda posição parecia segura.
Tudo caminhava para que Mansell tivesse uma vitória tranquila. O inglês abriu a volta 71 com 28s406 de vantagem para Senna. Porém, quando estava na saída do Túnel, sentiu um desequilíbrio no carro: aparentemente um pneu estava furado e teve que levar o carro até os boxes. Com isso, Senna assumiu a ponta, passando 5s159 na liderança na volta 72. Duas voltas depois, Mansell já estava colado em Senna. As últimas voltas foram com Mansell tentando passar de todas as formas e o brasileiro segurando do jeito que dava para vencer pela quinta vez em Mônaco.
Após a prova, Senna disse que o carro estava melhor na corrida que na qualificação, mas que ainda não era suficiente para bater a Williams. Ainda explicou que era impossível ficar no ritmo de Mansell, mas que buscou manter o máximo de contato possível, porque em Mônaco era comum ter incidentes e, nesse caso, ele aproveitaria, como realmente aconteceu. Em 1993, ele venceu pela sexta vez no tradicional GP, sendo até hoje o recorde.