Volta e meia, aparecem algumas notícias de que a pontuação da F1 poderia ser revisada para poder aumentar a competitividade da categoria. Ao longo da sua história, a categoria fez várias mudanças neste sentido. E uma delas foi especificamente para tentar barrar uma dominância...
Em 2002, Michael Schumacher e Ferrari dominaram a categoria: foram 144 pontos para o alemão, 77 para seu companheiro, Rubens Barrichello, que foi vice-campeão. O terceiro colocado, Juan Pablo Montoya (Williams), terminou apenas com 50 pontos. Nos construtores, a diferença foi assustadora: 221 pontos conquistados pelos italianos contra 92 da 2ª colocada (Williams).
Max Mosley, então Presidente da FIA, não gostou nada da situação. Alegando que não era interessante para o público, começou a tomar medidas extremas para 2003 tentando conter o domínio da Ferrari. Uma delas foi a mudança de pontuação para desvalorizar as vitórias, proposta por Eddie Jordan, dono da equipe que levava seu sobrenome.
Até 2002. a pontuação ia do 1° ao 6° lugar: 10-6-4-3-2-1. A proposta de Eddie Jordan era aumentar até o 8° lugar, tirando o peso das vitórias: 10-8-6-4-3-2-1. A diferença do vencedor para o 2° colocado caiu de 4 para 2 pontos. O sistema deu certo para a categoria em 2003: no sistema antigo, Schumacher seria campeão nos EUA, com uma etapa de antecedência. Mas o campeonato foi até o Japão, já que Schumacher ainda precisava fazer um ponto para confirmar o título, em cima de Kimi Raikkonen (McLaren).
A situação em desempenho era bem diferente de 2002, o que ajudou a temporada a disputa do título durar até o final do campeonato, McLaren e Williams se mostraram muito mais fortes que no ano anterior, Schumacher e Ferrari tiveram uma grande dificuldade para confirmar o título.
O feitiço virou contra o feiticeiro
Eddie Jordan teve a ideia, mas ironicamente foi mais prejudicado por ela: Giancarlo Fisichella venceu o GP do Brasil de 2003, em uma verdadeira corrida maluca, Nem os mais otimistas esperavam por essa vitória, já que a equipe tinha piorado em relação ao ano anterior, sendo a 2ª pior do grid, à frente apenas da Minardi.
A Jordan em 2002 brigava no pelotão intermediário, mas a queda de desempenho em 2003 fez com que a equipe não tivesse mais essa consistência e desvalorizar a vitória se tornou um verdadeiro tiro no pé. O time terminaria em 5° lugar com a competição de 2002, mas acabou terminando apenas no 9ª lugar.
Até os dias atuais, a posição dos construtores é bastante importante para definir a distribuição de dinheiro. No caso da Jordan, a perda dessas quatro posições atrapalhou o ano seguinte e ainda pode ter ajudado na decisão de vender a equipe no final de 2004.