Desde o ano passado, o traçado de Las Vegas chama a atenção não somente por conta de suas luzes. Um dos mais longos da temporada, suas longas retas exigem que os carros tenham uma boa velocidade final e uma boa retomada por conta das freadas. Além de dar o desafio de gerir os pneus...
As baixas temperaturas do deserto fazem que os pilotos e equipes quebrem a cabeça para poder ter o melhor desempenho e fazer com que os pneus funcionem. Temos que lembrar que, embora a Pirelli tenha trazido mais uma vez a gama mais macia (C3/C4/C5), manter a temperatura é uma luta: lembramos que os cobertores mantem o aquecimento a 70ºC e o ambiente ficou com cerca de 10ºC. Considerando que a janela ideal de funcionamento fica entre 90ºC e 130ºC...
Passa a ser um desafio evitar a granulação e aumentar a vida útil dos pneus. Como disse o engenheiro chefe da Pirelli, Simone Berra, os compostos mais macios acabaram mostrando uma tendência maior a se desgastar, deixando o pneu duro como o melhor para a corrida. Porém, não é garantia que seja possível uma única parada, mesmo com a pista melhorando em relação ao emborrachamento.
Neste quadro, não deixa de chamar a atenção o domínio da Mercedes nos treinos iniciais de Las Vegas, especialmente com Lewis Hamilton. Isso demonstrou a característica do W15 de render melhor em baixas temperaturas e a sua capacidade de lidar com os pneus nesta situação (uma característica dos projetos comandados por James Allison).
Porém, é preciso ver além. Mesmo não sendo um carro tão bom em retas por conta de suas características aerodinâmicas, a McLaren andou bem. Lando Norris ficou atrás de Hamilton no TL2 mais por erro seu do que méritos da Mercedes. Comparando as voltas de cada um, nota-se que a McLaren foi melhor na maior parte do traçado...
Só que nas simulações de corrida, a Ferrari se mostrou mais consistente. Embora pareça ter chegado mais próxima do limite do carro e estivesse testando algumas soluções já visando 2025 (especialmente com Sainz, que usou um assoalho diferente), foi quem mostrou lidar bem com os pneus, comprovando o avanço feito pelos italianos neste campo.
A Red Bull deixou a desejar neste primeiro dia. Normalmente, os taurinos não usam toda sua capacidade de velocidade e se dedicam a testar bastante os acertos. Só que tanto Verstappen como Perez reclamaram muito da falta de aderência e, principalmente, de falta de velocidade. Tanto que no TL2, Max Verstappen ficou em um longínquo 17º lugar.
Uma das explicações dadas é que a Red Bull teria usado asas erradas para Las Vegas, que teriam feito o RB20 não desenvolver tanta velocidade. Basicamente, são as mesmas de Monza (como todo mundo fez, trazendo asas de baixo perfil), com um recorte um pouco mais ampliado. Pode até ser, mas soar como uma cortina de fumaça também não é descabido pensar...
Os times recolheram os dados e trabalharam nos simuladores para tentar tirar mais ritmo. Pelo menos nesta sexta, Mercedes e McLaren se mostram melhores em uma volta. Mas a Ferrari está melhor nas simulações de corrida....
Os resultados de sexta foram os seguintes: