Quem parou para assistir o GP de Singapura neste domingo teve que lutar contra o tédio. Afinal de contas, Lando Norris fez algo que não se esperava dele: largou na frente e dominou a prova com alma de campeão, se aproveitando do bom desempenho da McLaren MCL38. A diferença chegou a roçar os 30 segundos, tal como aconteceu em Zandvoort.
Para quem quer pensar em campeonato, não outra opção em agir desta forma. Afinal de contas, não dá para só contar com a má fase da Red Bull. Mas é preciso fazer sua parte. E mesmo com as desconcentrações do Norris ao longo da prova, quase botando tudo a perder, a vitória foi extremamente convincente.
Verstappen hoje jogou com quem tem a vantagem. O desempenho da Red Bull foi muito mais por méritos do tricampeão do que por desempenho do carro. O objetivo era tentar pular na frente na largada e tentar ver até onde levar. Só que o RB20 reclamou das ondulações de Marina Bay (menores do que antes, é verdade. Porém estavam lá) e restou à Verstappen fazer uma prova de administração de danos.
Hoje, é o que resta à Red Bull. Como haverá praticamente 1 mês até Austin, os taurinos terão tempo para tentar reencontrar o ritmo perdido. Com a situação atual, basta Verstappen chegar em segundo em todas as corridas mesmo com Norris vencendo (incluindo as Sprint), que leva mais um título.
Neste aspecto, o trabalho foi auxiliado por Daniel Ricciardo. Após um final de semana extremamente discreto, o australiano foi chamado pela Racing Bulls para trocar pneus e na penúltima volta tirou a volta mais rápida de Lando Norris e impediu que o britânico fizesse o chamado Grand Chelem (pole, liderança de ponta a ponta e volta mais rápida). Além de tirar mais um pouco a diferença.
Sobre este assunto, vai ter um outro artigo...
De resto, foi uma corrida muito tranquila. A Ferrari acabou sendo prejudicada pelos erros cometidos na classificação e uma prova de recuperação foi necessária, com Leclerc fazendo uma boa recuperação, chegando em 5º lugar. Após deixar esperanças ao conseguir segurar a 2ª fila, a Mercedes naufragou no domingo, especialmente com Lewis Hamilton. O piloto e o time optaram por largar de pneus macios para tentar ganhar posições na largada, mas a jogada não deu certo. O carro não teve ritmo em momento algum e foi tentar levar até o final, o mesmo valendo para Russell.
Cabe ressaltar também a boa figura de Nico Hulkemberg, que já havia feito bons treinos e levou mais uma a Haas aos pontos, além de bom desempenho da Williams, com Franco Colapinto quase chegando aos pontos novamente.
Agora, a F1 dá uma “refrescada” de 3 semanas para começar a nova fase americana: Austin, Cidade do Mexico e São Paulo, com direito a 2 provas Sprint (Circuito das Américas e Interlagos).
