Este final de semana, a F1 chega a um de lugares sagrados: Monza. Em 73 anos, a categoria teve momentos de euforia e imensa tristeza. E claro que não podemos ignorar a impressionante presença dos apaixonados italianos, que já deram tantas imagens icônicas...
Mas agora é hora de velocidade. E Monza nisso entrega. A pista centenária ainda é uma das mais velozes do calendário. Já foi mais, porém em nome da segurança, várias modificações foram feitas. Mesmo assim, segue com uma média de corrida de quase 230 km/h.
Para isso as equipes trazem para Monza um pacote aerodinâmico buscando reduzir a resistência ao ar, assim aumentando a velocidade. Se vocês perceberem, as asas traseiras são bem menores e menos inclinadas do que no resto da temporada. Assim, as velocidades chegam a mais de 360 km/h...
Porém, há um efeito colateral aqui: como as asas são muito menores, o DRS acaba por não ser tão efetivo. Não podemos esquecer que este aparato é feito para reduzir o arrasto em reta e aumentar a velocidade para ter mais ultrapassagens. E quando o aerofólio já quase não inclina? O DRS perde a eficiência...
Por este motivo que não vemos uma corrida tão movimentada quanto outras. Não que não tenhamos ultrapassagens. Mas para que estas aconteçam, é preciso que haja uma diferença maior entre os concorrentes, que vem do desgaste de pneu, comportamento de motor e, principalmente, aerodinâmica.
Como pneu é importante na F1...aqui não é diferente. Neste GP da Itália, a Pirelli trouxe a gama mais macia (C3/C4/C5) e ainda tem a famosa Alocação Alternativa de Pneus: 11 jogos ao invés dos 13 habituais (3 duros, 4 médios e 4 macios), com o uso obrigatório de cada tipo de pneu em cada fase da classificação.
Por estes motivos, Monza tende a ser estratégica neste ponto. Além de usar uma gama mais macia, os pneus acabam por ser muito exigidos pelas fortes freadas nas chicanes, bem como pelas forças que curvas como as De Lesmo e a Parabólica (atual Alboreto).
Aqui, as equipes também se apertam: porque, ao mesmo tempo que tem de buscar asas baixas para ganhar velocidade, isso acaba por prejudicar a gestão dos pneus. Não é à toa que algumas equipes acabam usando asas um pouco maiores (mas serradas em alguns casos) para poder gerar um pouco mais de pressão aerodinâmica e trabalhar um pouco mais o desgaste...
Carros eficientes acabam se dando melhor aqui...alguém entendeu Red Bull aqui? Mas é bom ver se Aston Martin e McLaren realmente recuperaram o bom desempenho, já que os carros mostraram um arrasto aerodinamico mais elevado. A McLaren desde a Austria vem progredindo, enquanto a Aston tenta recuperar a forma do início do ano...
Só por isso não dá pra dizer que Monza é uma corrida somente para pisar no acelerador. Até porque a corrida já começa na classificação. Buscar o vácuo é importante, mas em termos que a F1 foi se tornando cada vez mais dependente da aerodinâmica, ficar atras do carro é complicado. Hoje o ganho não é tão grande e depois se fica em uma dependência tamanha que...não se anda rápido! Já tivemos classificações ridículas em Monza justamente por cada um ficar lento para pegar o vácuo do outro e... não saiu volta rápida de ninguém!
Por estes motivos que o GP da Itália não é somente acelerar. Existem muitas nuances e que vale acompanhar. E claro que a gente quer saber se vai ter batida de recorde do Verstappen, se alguém vai conseguir bater a Red Bull ou se teremos um 6º vencedor diferente em 6 anos...