Massa chama perda do título da F-1 de 2008 de 'roubalheira': 'Manipulado'

Piloto iniciou um processo contra a FIA e a Fórmula 1 diante do escândalo sobre a batida forçada de Nelsinho Piquet no GP de Cingapura daquele ano; Lewis Hamilton ficou com o título

23 ago 2023 - 21h27
(atualizado às 22h19)
Advogados de Felipe Massa pedem compensação por perda do título da F1 em 2008
Advogados de Felipe Massa pedem compensação por perda do título da F1 em 2008
Foto: REUTERS/Hamad I Mohammed

Na última semana, o piloto Felipe Massa iniciou os trâmites para contestar o resultado final da temporada de 2008 da Fórmula 1, na qual acabou com o vice-campeonato, atrás do britânico Lewis Hamilton. Aquele ano ficou marcado pelo escândalo do "Cingapuragate". Nesta quarta-feira, o brasileiro chamou o caso de "roubalheira" e cobrou a falta de punição severa contra os atores do episódio.

"A gente fica muito chateado quando a gente vê que algo foi manipulado, na hora que a gente vê que houve uma sacanagem, uma roubalheira. Logicamente, descobri em 2009 e fiz tudo possível para mostrar que as coisas não estavam acontecendo da maneira certa, porque no fim ninguém foi punido pelo acontecido. Foram punidos, mas depois de dois anos o Pat Symonds voltou, o (Flávio) Briatore que ia ser punido para sempre de trabalhar na Fórmula 1 voltou em pouco tempo, foi liberado. Não aconteceu nada com a equipe (Renault). No final, ninguém foi punido por uma roubalheira", disse Massa em entrevista ao ge.

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O processo movido por Massa pede uma indenização à Fórmula 1 e à Federação Internacional de Automobilismo (FIA), diante de um "prejuízo milionário". Os líderes das entidades já foram informados sobre a abertura do processo, um movimento obrigatório quando a justiça inglesa é acionada. Stefano Domenicali, CEO da F-1 e ex-chefe de Massa na Ferrari, e a Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, têm até o fim do mês de agosto para se manifestar.

O chamado "Cingapuragate", um dos casos mais rumorosos da história da F-1, aconteceu em setembro de 2008, na 15ª de 18 etapas daquela temporada. Na ocasião, Massa disputava o título com Hamilton. Foi o pole position da corrida e liderava a prova quando Nelsinho Piquet sofreu uma batida, o que mudou os rumos da disputa. Fernando Alonso, da mesma equipe Renault de Nelsinho, acabou ficando com a vitória naquele GP.

Um ano depois, Nelson Piquet veio a público para denunciar que seu filho batera de propósito por ordem de Flavio Briatore, então chefe da Renault, para beneficiar o companheiro de equipe, Alonso. O caso foi investigado pela FIA, que puniu os envolvidos. Briatore foi banido da F-1, embora a decisão já tenha sido revogada, e o engenheiro Pat Symonds, outro responsável pela ordem para a batida, foi suspenso por cinco anos - atualmente é o diretor técnico da F-1.

A polêmica foi revivida no início de março, quando Ecclestone concedeu entrevista ao site F1-Insider na qual admitia que ele e o então presidente da FIA, Max Mosley, estavam cientes da armação ainda em 2008, após o episódio, antes mesmo da denúncia de Nelson Piquet, feita apenas no ano seguinte.

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"Decidimos não fazer nada. Queríamos proteger o esporte e evitar um grande escândalo. Por isso me esforcei para convencer meu ex-piloto Nelson Piquet a manter a calma", disse Ecclestone, em referência ao período em que era chefe de Piquet na já extinta equipe Brabham.

Se a prova tivesse sido anulada, Massa poderia ter se sagrado campeão mundial, uma vez que Hamilton terminou em 3º, enquanto o brasileiro foi apenas o 13º, sem somar pontos, após enfrentar um problema nos boxes - o pit stop havia sido motivado pela entrada do safety car na pista após o acidente protagonizado por Nelsinho Piquet.

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