Russell lamenta batida de Mazepin e critica pista da Arábia: "Acidentes são inevitáveis"

George Russell precisou abandonar GP da Arábia Saudita após Nikita Mazepin bater em sua Williams, e disse que traçado estreito do Circuito de Jedá potencializa incidentes entre os pilotos

6 dez 2021 - 04h45
George Russell sofreu batida de Nikita Mazepin no GP da Arábia Saudita e precisou abandonar corrida
George Russell sofreu batida de Nikita Mazepin no GP da Arábia Saudita e precisou abandonar corrida
Foto: Williams / Grande Prêmio

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George Russell vinha fazendo um GP da Arábia Saudita discreto, sem se envolver nos acidentes que tomaram conta da corrida, quando foi abalroado na traseira pela Haas de Nikita Mazepin, e ambos rodaram. Após a corrida, o britânico da Williams relatou o momento da batida, ressaltando que tentou andar pelo único espaço que havia na pista — naquele momento, Sergio Pérez foi tocado por Charles Leclerc e rodou, causando um verdadeiro caos após a chicane da primeira curva.

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"Eu vim pelo pequeno espaço na curva três e tinham carros por todo lado", explicou Russell. "Eu apertei o freio para diminuir, e infelizmente fui atingido por trás, meu carro subiu no ar e nosso dia acabou", lamentou o britânico.

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Russell lamentou final melancólico de sua corrida em Jedá, e espera fechar ciclo pela Williams com chave de ouro em Abu Dhabi (Foto: Williams)

Russell criticou a construção da pista de Jedá, que apesar de ser extremamente rápida, não oferece áreas de escape aos pilotos, que ficam com uma margem de erro extremamente pequena em caso de qualquer incidente. George ainda lembrou que vai se despedir da Williams após a etapa de Abu Dhabi, e quer um bom resultado na despedida. No ano que vem, os cockpits da equipe de Grove serão ocupados por Nicholas Latifi e Alexander Albon.

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"É lamentável, mas com uma pista tão estreita que é tão rápida, e com o tamanho desses carros, um acidente é quase inevitável", apontou. "Indo para Abu Dhabi, precisamos encontrar um pouco mais de velocidade no carro, para que a gente consiga batalhar um pouco mais acima no grid. É minha última corrida com a Williams na semana que vem, e quero finalizar em alta", disse Russell, que em 2022 será companheiro de equipe de Lewis Hamilton na Mercedes.

Logo após deixar a disputa, Russell já havia opinado sobre a falta de segurança que via na pista construída nas ruas de Jedá. Com as obras iniciadas apenas em abril de 2021, o local ficou pronto em cima da hora para receber a categoria, na construção mais rápida de um circuito em toda a historia da Fórmula 1.

"Parecia inevitável, você passa pela curva 2, que é bastante aberta — os carros conseguem andar lado a lado —, e então realmente afunila e fica muito estreito rapidamente", destacou o britânico ao portal Motorsport logo após ser tocado por Mazepin e ter que abandonar a corrida. "Então, o automobilismo tem muito a aprender com esse final de semana, porque é uma pista estimulante e animada, mas deixa a desejar bastante por uma perspectiva de segurança e de corrida", explicou.

George Russell quer mudanças na pista da Arábia Saudita, considerada por ele perigosa para os pilotos da Fórmula 1 (Foto: Williams)

Russell seguiu em sua crítica sobre o desenho do traçado, e novamente condenou as viradas rápidas e com pontos cegos presentes no Circuito de Jedá. "E existiam incidentes desnecessários esperando para acontecer em todas essas pequenas viradas que são cegas", adiantou. "Não são nem sequer curvas em um carro de Fórmula 1, mas elas oferecem um perigo desnecessário", acredita.

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Com a Fórmula 1 agendada para retornar à Arábia Saudita em março, já com a temporada de 2022 em andamento, Russell espera que a FIA e os organizadores da pista de Jedá façam as alterações necessárias para melhorar a segurança do traçado. De acordo com o inglês, alguns riscos classificados como "desnecessários" podem ser removidos transformando algumas dessas viradas rápidas em retas.

"Acho que você aprende com essas experiências", disse. "Você não pode culpar ninguém por tentar fazer uma pista extraordinária de corrida, e além disso, foi o que conseguiram. Mas acho que ninguém previu o que estava prestes a acontecer com todas essas curvas cegas", afirmou George, antes de sugerir mudanças no traçado que podem melhorar a situação da corrida para os competidores da F1.

"Na minha opinião, são necessárias mudanças na pista, existem muitas viradas rápidas que são muito desnecessárias", opinou. "E isso poderia ser transformado em uma linha reta da curva 2 à curva 4, e então ser reto novamente da curva 17 à 22. Temos cinco curvas em uma parte que você vai com o pé totalmente no fundo, mesmo com a asa móvel", explicou.

Russell acredita que dinheiro não pode ser problema para ajustar pista da Arábia Saudita e evitar acidentes (Foto: Williams)

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Por fim, Russell disse acreditar que dinheiro não será problema para resolver os problemas presentes no circuito. Na opinião do piloto, independentemente do dinheiro que precisará ser investido, a segurança dos pilotos deve vir em primeiro lugar.

"Não sei quais são as limitações, isso também precisa ser observado. E idealmente, se isso for transformado em uma linha reta, a segurança iria aumentar drasticamente", acredita Russell. "Acho que eles têm os recursos para fazer isso aqui, então não seria uma limitação. A segurança precisa vir primeiro. Se você pode diminuir bastante o perigo com algumas mudanças, então não é necessário nem pensar", encerrou.

A Fórmula 1 parte para a última etapa da temporada de 2021 no próximo final de semana, com o GP de Abu Dhabi entre os dias 10 e 12 de dezembro. Lewis Hamilton e Max Verstappen chegam ao momento decisivo do ano empatados na liderança do Mundial de Pilotos, com 369.5 pontos para ambos.

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