Schumacher falhou em acabar com reinado de Senna em Mônaco

Ayrton Senna é até hoje o maior vencedor do GP de Monaco mas seu recorde não foi quebrado ou igualado por Schumacher por detalhes

25 mai 2023 - 11h18
Senna e Schumacher durante a temporada de 1994
Senna e Schumacher durante a temporada de 1994
Foto: Twitter / Divulgação

Ayrton Senna é chamado de “Rei de Mônaco” por vencer seis vezes a prova em um intervalo de sete anos (1987-1993). Mas seu reinado foi ameaçado por Michael Schumacher. O alemão venceu em 1994, 1995, 1997, 1999 e 2001. Igualar e passar Senna parecia algo inevitável para o alemão, que após a quinta vitória estava empatado com Graham Hill.

Mas as coisas começaram a dar errado em 2002: Schumacher sofreu com uma irritação nos olhos durante a qualificação, o atrapalhando. Talvez ele não roubaria a pole tranquila de Juan Pablo Montoya (Williams), mas talvez conseguiria passar David Coulthard (McLaren) na briga pelo segundo lugar, já que a diferença do britânico para o alemão foi de apenas 0s050. 

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A corrida começou bem para Coulthard, que assumiu a ponta na largada. Montoya acabou se tornando um grande problema para Schumacher, que não conseguia ultrapassar. Isso durou até a volta 43, quando a Ferrari antecipou a ida aos boxes. Montoya se manteve na pista, mas acabou quebrando. No momento da parada, Michael estava seis segundos atrás de Coulthard.

Michael Schumacher no GP de Monaco de 2001
Foto: Twitter / Michael Schumacher

O ritmo do alemão era forte e, com pista livre, parecia inevitável a ultrapassagem. Porém Coulthard parou e ainda conseguiu voltar a frente. Por mais que o alemão estivesse pressionando o tempo todo, não conseguiu roubar a vitória. A Ferrari F2002 correu em 15 das 17 etapas daquele ano e só não venceu no principado.

Em 2003, a Ferrari não conseguiu bater de frente com Williams e McLaren: Schumacher largou em 5° lugar e terminou em 3° lugar. Em 2004, a Ferrari voltou a ser dominante, o heptacampeão tinha vencido as cinco etapas até então e as expectativas para Mônaco eram altas.

Tudo parecia seguir o esperado, com Michael liderou todos os treinos livres. Mas a qualificação quebrou tudo, Schumacher foi apenas o 4° colocado. Jarno Trulli (Renault) foi o pole, com Jenson Button (BAR) em 2° lugar e Alonso (Renault) em 3° lugar. 

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As coisas pioraram na corrida: Schumacher caiu para 6°, recuperou uma posição depois que Takuma Sato (BAR) abandonou, ganhou mais duas posições durante a primeira janela de paradas e agora só estava atrás dos dois carros da Renault: Trulli e Alonso. Mas seu ritmo não era forte e a pressão vinha de trás, já que Jenson Button estava em sua traseira, mostrando que a Ferrari não tinha um bom ritmo de corrida.

Na volta 41, Alonso bateu, provocando a entrada do Safety Car, Trulli e Button foram aos boxes, enquanto Schumacher assumiu a liderança, mesmo que ainda precisasse parar. Na volta 46, o carro de segurança iria recolher, então Michael resolveu tentar melhorar o aquecimento do freio, mas acabou travando a roda dentro do túnel...

A parada brusca fez com que Montoya (Williams), que era o retardatário entre o alemão e Trulli, não conseguisse desviar e sua roda dianteira esquerda tocou com a roda traseira direita de Schumacher, que acabou sendo alavancado. Ele ainda tentou evitar a colisão, conseguindo desviar do guardrail no lado direito, mas acabou batendo do outro lado, quebrando a suspensão e significando fim de prova.

Schumacher após a batida no GP de 2004
Foto: Twitter / F1

Em 2005, a Ferrari não estava em situação de brigar novamente. Em 2006, acabou voltando à briga e Michael Schumacher poderia brigar por outra vitória no principado. A qualificação estava acirrada, com a briga ficando entre Schumacher e Alonso, quando na última tentativa, o piloto da Ferrari simplesmente parou seu carro na La Rascasse. 

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Michael Schumacher após parar seu carro na La Rascasse
Foto: Twitter / F1

Seria por problemas mecânicos? Não, foi a velha malandragem de Schumacher. Ele parou seu carro porque tinha o melhor tempo, mas não ia conseguir mantê-lo, já que não estava fazendo uma boa volta e Alonso parecia vir para roubar seu tempo. A FIA resolveu puni-lo, o fazendo largar dos boxes, em último. Alonso largou na pole e venceu, Michael fez uma boa corrida de recuperação, terminando em quinto lugar.

Anos depois, Felipe Massa, companheiro de equipe do alemão na época, falou que realmente o alemão tinha a intenção é que tudo surgiu em uma brincadeira que Ross Brawn, então diretor técnico, fez dizendo que era possível provocar uma bandeira amarela, mas o heptacampeão levou a sério depois.

Michael se aposentou em 2006, mas acabou voltando em 2010 pela Mercedes. Nos dois primeiros anos não teve chance de brigar por vitória. Em 2012, a situação era diferente, Michael Schumacher acabou fazendo o 1° tempo na qualificação, batendo o tempo de Mark Webber (Red Bull) por 0s080, mas acabou não podendo largar na pole.

Isso aconteceu porque na corrida anterior, GP da Espanha, o alemão acabou sendo considerado culpado por uma batida com Bruno Senna, e já chegou em Mônaco punido com cinco posições. Desta forma, largou apenas na 6ª posição. Mesmo sem a punição, dificilmente ganharia, já que acabou abandonando por problemas mecânicos no começo da corrida. No final desta temporada, acabou se aposentando.

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Mas ainda existe um fato que poderia ter mudado tudo: em 1993, Schumacher estava na Benetton, durante a qualificação do GP de Mônaco, conseguiu fazer o 2° tempo, à frente de Ayrton Senna, mas atrás de Alain Prost, que tinha uma Williams quase imbatível. Na largada nada mudou, mas a sorte sorriu para Michael Schumacher quando Prost foi punido por queimar a largada e teve que entrar nos boxes, deixando a liderança para o alemão. 

Schumacher tinha tudo para vencer, abriu uma distância bastante confortável para Senna, mas na 32ª volta, seu motor acabou quebrando, deixando a vitória para o brasileiro. Imaginando que Schumacher tivesse vencido essa prova, ele teria seis vitórias no principado e Senna apenas cinco. Mas obviamente isso aconteceu e o rei de Mônaco até hoje é Ayrton Senna.

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