"Um ano após o acidente, a condição do Alex é essencialmente estável. Ele está em uma clínica especial, onde passa por um programa de reabilitação. Isso inclui estímulos multimodais e farmacológicos sob supervisão de médicos, fisioterapeutas e neurologistas para facilitar sua recuperação", disse Daniela.
"Foi um processo bem complexo, que exigiu muitas neurocirurgias e foi caracterizado por uma sequências de idas e voltas. Ele está em uma condição estável, passando por treinamentos para cérebro e corpo. Ele consegue se comunicar com a gente, mas está impedido de falar. Depois de um longo tempo em coma, as cordas vocais dele precisam recuperar a elasticidade e a única maneira é com treino e terapia. Ele ainda possui muita força nas mãos e nos braços", completou.
A última informação oficial sobre o estado de saúde de Zanardi foi dada em janeiro de 2021, quando a neurocientista Federica Alemanno, do Hospital San Rafaelle, revelou que o ex-piloto passou por uma craniectomia acordada e que estava se comunicando com familiares. Depois disso, só houve informações passadas pelo filho Niccolò. Daniela explicou o motivo de tanto mistério sobre as condições de Alex.
"Seguindo indicações dos médicos, agora parece ser um momento apropriado para oferecer pequenas informações sobre o estado de recuperação do Alex nessa entrevista. Queria agradecer todas as pessoas que estão pensando e rezando para ele se recuperar, como sempre fez. O afeto recebido de amigos, fãs, atletas e todos aqueles envolvidos no esporte a motor foi um apoio enorme para lidarmos com tudo isso. Entretanto, queria agradecer muito à equipe médica", pontuou.
Questionada sobre o futuro do ex-piloto, Daniela disse que "com certeza será outro grande desafio" e que "é uma longa jornada, mas no momento não existem previsões" de quando ele voltará para casa.
A trajetória de um campeão da vida
Zanardi apareceu para o mundo do automobilismo em 1991, quando foi vice-campeão da F3000, perdendo para Christian Fittipaldi a disputa pelo título da categoria. Foi ainda no fim daquele ano que o italiano chegou ao grid da Fórmula 1, realizando três corridas com a Jordan. Nas temporadas seguintes, passou sem brilho por Minardi e Lotus até rumar para a Indy
Mas Zanardi jamais esmoreceu, jamais desanimou. Um ano depois, voltou à mesma Lausitzring e completou as 13 voltas que faltavam para completar a corrida de 2001, com um modelo adaptado. O piloto seguiu sua carreira no automobilismo, correndo no WTCC (Mundial de Carros de Turismo), pela BMW, inclusive vencendo corridas. Mas, pouco a pouco, o foco do italiano mudava para as competições paralímpicas e viu nas maratonas um novo desafio a ser suplantado.
Foi em 2007 que Zanardi participou pela primeira vez da Maratona de Nova York, onde terminou em quarto na competição das bicicletas de mão. Era só o começo da sua jornada vitoriosa no esporte paralímpico. Em 2011, Alex venceu as maratonas de Nova York e também de Veneza, além de assegurar a classificação para os Jogos de Londres, seu grande objetivo, e de garantir a medalha de prata no Mundial. Naquele ano, Zanardi ganhou também a Maratona de Roma, chegando assim à Inglaterra na condição de favorito nas três disputas olímpicas em que foi inscrito: corrida contrarrelógio, a prova de estrada e também o revezamento.