Zanardi passa por craniotomia acordada e fala com família seis meses após acidente

Alex Zanardi segue se recuperando do grave acidente de bicicleta de mão que teve em junho de 2020. Piloto italiano já consegue se comunicar com a família por voz

13 jan 2021 - 16h15
Zanardi segue em recuperação após o grave acidente sofrido em uma competição em junho de 2020
Zanardi segue em recuperação após o grave acidente sofrido em uma competição em junho de 2020
Foto: AFP / Grande Prêmio

Seis meses depois de um grave acidente, o piloto italiano Alex Zanardi voltou a falar. A neurocientista Federica Alemanno, do hospital San Raffaele, em Milão, revelou a informação ao jornal Corriere della Sera.

Zanardi passou por um processo chamado craniectomia acordada. Um procedimento cirúrgico feito em pouquíssimos centros médicos da Itália, normalmente usado para retirada de tumores ou malformações.

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"Foi uma emoção muito grande quando ele voltou a falar. Ninguém acreditava. Ele estava ali, e falou com a família", revelou a médica, especialista no tratamento.

Em recuperação, Zanardi já apresentava condição neurológica estável em dezembro, recuperando as funções vitais pouco a pouco, chegando a acenar com o polegar.

Alex Zanardi foi bicampeão da CART em 1997 e 1998
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

Entenda o acidente

Em 19 de junho de 2020, uma sexta-feira, Zanardi se acidentou quando competia em uma bicicleta adaptada na cidade de Pienza. O ex-piloto se chocou com um veículo pesado e sofreu múltiplos traumas, sendo removido do local de helicóptero. O procedimento na cabeça de Alex aconteceu pouco mais de duas horas após a notícia de seu acidente.

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Alessandro participava de uma das etapas do revezamento Obiettivo Tricolore (Objetivo Tricolor), uma jornada que reúne atletas paralímpicos em bicicletas de mão, bicicletas ou cadeiras de rodas olímpicas. Os participantes realizavam deslocamento entre duas etapas e passavam pelo km 146 da estrada entre Pienza e San Quirico d'Orci quando o incidente aconteceu. Os relatos são de que Zanardi perdeu controle, entrou na contramão e acabou atingido por caminhão.

Alessandro Zanardi segue se recuperando após acidente na Itália
Foto: AFP / Grande Prêmio

A trajetória de um campeão da vida

Zanardi apareceu para o mundo do automobilismo em 1991, quando foi vice-campeão da F3000, perdendo para Christian Fittipaldi. Foi ainda no fim daquele ano que o italiano chegou ao grid da Fórmula 1, realizando três corridas com a Jordan. Nas temporadas seguintes, passou sem brilho por Minardi e Lotus até rumar para a Indy

Foi nos EUA que Alex se encontrou e virou uma estrela. Em três anos de Ganassi, foi campeão em 1997 e 1998, conseguindo voltar à F1 em 1999, mas novamente sem sucesso, na época com a Williams. Em 2001, o piloto reapareceu na Indy com a Mo Nunn e, na etapa da Alemanha, em Lausitzring, sofreu um acidente que mudou os rumos de sua vida. Após fazer um pit-stop, o então líder da prova perdeu o controle na saída do pit-lane, rodou e foi acertado em cheio pelo carro de Alex Tagliani. A impacto da batida foi fortíssimo, e Alessandro perdeu as duas pernas.

Mas Zanardi jamais esmoreceu, jamais desanimou. Um ano depois, voltou à mesma Lausitzring e completou as 13 voltas que faltavam para completar a corrida de 2001, com um modelo adaptado. O piloto seguiu sua carreira no automobilismo, correndo no WTCC (Mundial de Carros de Turismo), pela BMW, inclusive vencendo corridas. Mas pouco a pouco, o foco do italiano mudava para as competições paralímpicas e viu nas maratonas um novo desafio a ser suplantado.

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Foi em 2007 que Zanardi participou pela primeira vez da Maratona de Nova York, quando terminou em quarto na competição das bicicletas de mão. Era só o começo da sua jornada vitoriosa no esporte paralímpico. Em 2011, Alex venceu as maratonas de Nova York e também de Veneza, além de assegurar a classificação para os Jogos de Londres, seu grande objetivo, e de garantir a medalha de prata no Mundial. Naquele ano, Zanardi venceu também a Maratona de Roma, chegando assim à Inglaterra na condição de favorito nas três provas em que foi inscrito: corrida contrarrelógio, a prova de estrada e também o revezamento.

Em Londres, foram dois ouros e uma prata, marca que se repetiu quatro anos mais tarde, no Rio de Janeiro.

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