Mencionar 2023 já provocou incômodos e ruídos no Botafogo. O técnico Artur Jorge não deixou o volante Marlon Freitas responder uma pergunta sobre o ano passado, durante uma entrevista coletiva, na Libertadores-2024. A sensação é que aquela temporada tornou-se uma pauta proibida no Estádio Nilton Santos e no Espaço Lonier. Ou, quem sabe, um tabu. A verdade, no entanto, é que aquela campanha está prestes de ser apagada de vez. Neste domingo (8), às 16h (de Brasília), contra o São Paulo, no Estádio Nilton Santos com casa cheia, o Glorioso entra no "tapetinho" para "devolver" o título do Campeonato Brasileiro ao torcedor alvinegro. Basta apenas um empate para liquidar o fantasma.
Com campanha histórica, o Botafogo, em 2023, chegou a abrir 14 pontos de vantagem sobre o Palmeiras na virada do turno, no entanto, derreteu, perdeu toda a gordura, ficou para trás na liderança, terminou na quinta colocação e amargou 11 partidas sem vencer. Em 2024, mais regular, o Glorioso não obteve nenhuma vantagem fora da curva. Contudo, esteve boa parte do campeonato no topo (22 jornadas) e demonstrou muito mais força nos duelos diretos contra os outros postulantes ao título. Bateu, em ida e volta, os demais times do G4 (Palmeiras, Flamengo e Internacional).
"Falta um pequeno passo. Não podemos baixar a guarda. Nossa ambição não termina com o título da Libertadores. Temos um ótimo momento e local para conseguirmos a consagração. Este é um jogo de campeão (vitória sobre o Internacional por 1 a 0, no Beira-Rio). Que nos dá títulos! Vitória de quem quer ser campeão. Por isso, a minha satisfação com o desempenho deles", disse, na última quarta-feira (5), ainda em Porto Alegre, Artur Jorge.
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, Botafogo!
No plantel, o Botafogo conta com 15 jogadores que participaram daquela derrocada: Gatito (goleiro), Rafael (lateral-direito - se lesionou no primeiro turno e não voltou mais), Ponte (lateral-direito), Bastos (zagueiro - chegou no segundo turno), Adryelson (zagueiro), Hugo (lateral-esquerdo), Marçal (lateral-esquerdo), Barbosa (volante), Tchê Tchê (volante), Freitas (volante), Eduardo (meia), Carlos Alberto (atacante), Júnior Santos (atacante), Nascimento (centroavante) e Tiquinho (centroavante).
Deste número, apenas Freitas é titular absoluto na espinha dorsal de Artur Jorge. Capitão em 2024, o jogador ficou marcado pela torcida como um dos grandes vilões, sobretudo pela piscadela ao fim da derrota para o Palmeiras por 4 a 3, de virada, no Estádio Nilton Santos. Em Buenos Aires, após levantar a taça da Libertadores, o camisa 17, enfim, se defendeu das pancadas que recebeu. Hoje, aliás, ele é sinônimo de liderança e um dos ídolos da galera.
"Não considero volta por cima, porque eu faço as mesmas coisas, trabalho da mesma forma. Todos nós merecemos o que estamos passando. Trabalho muito, me dedico muito. É difícil explicar aquele momento. Até aceito me criticarem pelo desempenho. Faz parte, é opinião, e eu respeito. Não desrespeitei a torcida que eu defendo e nem a do time contra o qual estávamos jogando. Foi direto para o jogador. Sofri uma falta, coisa de jogo. Acabei errando no gesto. Poderia ter falado com ele", explicou o capitão.
É com os discursos inflamados de Marlon Freitas que o Botafogo chega à última rodada sem dispersão e a 90 minutos de encerrar um jejum que dura 29 anos.
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