Textor salvou o Botafogo? Veja trajetória da Série B à quase final da Libertadores em 4 anos

Equipe pode perder por até quatro gols de diferença para o Peñarol em Montevidéu e ainda será finalista

24 out 2024 - 07h40
(atualizado às 07h51)

A goleada do Botafogo sobre o Peñarol pela semifinal da Libertadores elevou os botafoguenses a uma euforia semelhante ao que foi vivido na disputa do título do Brasileirão em 2023. A diferença, agora, é que a equipe está praticamente classificada à final do torneio continental e, portanto, mais perto de vencer, enquanto a disputa do campeonato nacional no ano passado foi perdida com um declínio no segundo turno.

Toda comemoração fez com que virasse pauta a comparação da situação do time há quatro anos, antes de o empresário norte-americano John Textor comprar a SAF do Botafogo. Nas redes sociais, torcedores afirmam que ele "salvou" o clube e alguns elogiam o trabalho feito desde o negócio.

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Em 2020, o Botafogo foi o lanterna do Campeonato Brasileiro, com 27 pontos nas 38 rodadas. O time terminou o torneio com apenas cinco vitórias. A terceira queda da história do clube foi confirmada na 34ª rodada daquela edição, após a equipe perder por 1 a 0 para o Sport no Nilton Santos.

O Campeonato Brasileiro de 2020 terminou em 2021, devido à pandemia de covid-19. Na época do rebaixamento, portanto, o clube já estava sob comando de Durcesio Mello, que encabeçou mudanças administrativas, com reformulação do departamento de futebol e contratação de um CEO, que foi Jorge Braga.

Ainda assim, em maio de 2024, quando Textor anunciou o desejo de vender sua participação no Crystal Palace, da Inglaterra, ele mencionou o trabalho desenvolvido no Botafogo e outros clubes que pertencem à Eagle Football Holding. "No Botafogo, no Brasil, ressuscitamos um clube histórico da falência na 2ª divisão para lutar por campeonatos no topo da Série A", dizia o comunicado.

A temporada 2024 foi marcada por ainda mais investimentos. Segundo o relatório consultoria Convocados, o Botafogo apresentou uma receita de R$ 355 milhões em 2023, com gastos em R$ 444 milhões. Em 2024, a SAF alvinegra investiu R$ 373,2 milhões somando as duas janelas de transferências, com destaque para as contratações de Thiago Almada (R$137,4 milhões) e Luiz Henrique (R$ 106,6 milhões), as duas mais caras da história do futebol brasileiro.

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Mais do que grana, o Botafogo conseguiu ter sucesso com o trabalho de scout (a busca precisa por atletas). Assim, acertou com Alexander Baborza e Igor Jesus, dos destaques do time em 2024 e que deixaram um gol cada na goleada contra o Penãrol.

Textor é partidário da gestão arriscada, em que se gasta para aumentar as receitas do clube e, a longo prazo, torná-lo sustentável. Em 2023, os valores a pagar foram de R$ 868 milhões para R$ 1,3 bilhão. A atual gestão prevê em uma diminuição de R$ 500 milhões em pendências financeiras neste ano.

O balanço de 2024, como de praxe, só será conhecido em 2025. Até lá, o Botafogo pode finalmente sair de uma fila de quase 30 anos sem um grande título - o último foi o Brasileirão de 1995. O fim do jejum pode se dar novamente na competição nacional, em que lidera, mas vê novamente o Palmeiras próximo, com um ponto de diferença, ou na Libertadores, após confirmar a inédita classificação à final.

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