Apenas protestos tiram tranquilidade da Seleção em 1º dia

Todos os jogadores em condições de treinos, sem desgaste excessivo na temporada e com um time quase pronto ostentando um histórico recente de vitórias na Seleção. O início da preparação para a Copa do Mundo leva poucos problemas para Luiz Felipe Scolari e sua comissão solucionarem a 18 dias para a estreia contra a Croácia, na Arena Corinthians. Tanto que o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira não precisou fazer o papel de bombeiro que desempenhou antes da Copa das Confederações.

Na ocasião, Parreira também abriu a rodada de entrevistas da Seleção e serviu como escudo dos diversos problemas a solucionar na época: influência da transferência de Neymar no ambiente da Seleção, entrave na apresentação de Dante e Luiz Gustavo e outros problemas administrativos que irritavam na Felipão. Já nesta segunda Parreira concedeu longa entrevista no qual o momento mais quente foi o seu pocionamento em relação aos protestos na chegada da Seleção ao Rio de Janeiro e Granja Comary.     

Dentro de campo, tudo caminha tranquilamente, apesar do início tardio de treinos em relação a outras seleções da Copa. Nem isso fará Felipão acelerar o ritmo. Nos dois primeiros dias a preocupação é com testes e avaliações físicas para um início de treinamentos sem contratempos. Em teoria a preparação poderia ter começado com alguns jogadores na últimas semana, mas a opção foi pela espera do grupo completo. 

“O importante agora é a avaliação física. Esse momento vai ser feito com muito cuidado para um trabalho homogêneo. Talvez seja o número de jogos mais baixo possível. Ninguém excedeu 60 jogos na temporada”, afirmou o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira.

À princípio, os maiores problemas de Felipão seriam Marcelo, Jô, Oscar e Neymar, que se recuperaram recentemente de lesões. Porém, todos teoricamente chegam aptos para treinar e jogar, o que na avaliação de Parreira é positivo. “Se não jogassem, era uma chance de não se lesionarem. Não há ninguém que nos preocupe”, afirmou.

Neymar jogou apenas uma partida no último mês, pela última rodada do Campeonato Espanhol. Mas segundo o auxiliar Flavio Murtosa a preocupação com o jogador não existe mais. “O fato de ter jogado 30 minutos prova que ele está recuperado”, afirmou.

Time ajustado

A sensação de poucos problemas para Felipão solucionar se estende à montagem do time. Quando, a partir de quarta-feira, o treinador realizar a primeira atividade em campo o trabalho será mais de ajuste fino do que de construção, como ocorreu na Copa das Confederações.

“(Será uma preparação) de muito cuidado. O trabalho principal foi feito desde que o Felipão assumiu. Desde a Copa das Confederações temos um jeito de jogar e tivemos vitórias convincentes. Não foi um momento, foi um trabalho consistente”, afirmou.

Felipão declarou recentemente que o time titular será 90% da base que conquistou a Copa das Confederações, o que indica atividades sem muitas surpresas. A preparação para a Copa, pelo menos dentro de campo, caminha para um marasmo que agrada ao treinador. Resta trabalhar e torcer contra imprevistos.

Badalação controlada

O primeiro dia na Granja Comary também confirmou qual será a postura da Seleção com a imprensa  torcedores: o oba-oba será controlado, mas com a preocupação de não tornar o grupo antipático. Como Carlos Alberto Parreira disse em sua entrevista, a tentativa é encontrar um meio termo entre a liberdade de 2006 e a reclusão de 2010. Sem perder o discurso otimista para a Copa.

Neste clima, Felipão desceu para o campo durante a manhã, vistoriou o gramado e se aproximou da imprensa. Depois de conceder entrevista para o programa de Fátima Bernardes na TV Globo, andou no meio da jornalistas e fez brincadeiras antes de conhecer o espaço de patrocinadores. Pouco depois recepcionou os jogadores e preparou a palestra de boas vindas, que realizada na noite de terça e, entre outros tópicos, tocou no assunto redes sociais.

Videogame e protestos vistos pela janela

Os jogadores da Seleção começaram a desembarcar na manhã desta segunda-feira no Rio de Janeiro. Neymar driblou a imprensa e chegou ao ponto de encontro antes do que o esperado. Os demais atletas concederam rápidas entrevistas, entre as quais se destacou a de Fred prometendo a vida pela Seleção.

Quando o grupo estava pronto para iniciar a viagem até Teresópolis, o momento de maior susto: manifestantes cercaram o ônibus da Seleção. Os protestos, misturados a gritos de apoio, também marcaram a chegada à Granja Comary. Tudo acompanhado por uma estrutura de segurança que lembrava recepção a chefes de estado. Já instalados, os jogadores passearam por uma área dedicada a patrocinadores da Seleção e jogaram até videogame. Mais tarde fizeram exames médicos que encerraram o primeiro dia de uma longa preparação em busca do hexacampeonato.