A ausência de Marco Polo Del Nero no Congresso da Fifa, nesta segunda-feira, na Suíça, provocou reações de outros dirigentes esportivos e aumentou a expectativa de que ele não deve suportar a pressão para deixar a presidência da Confederação Brasileira de Futebol. Ainda esta semana, presidentes de várias federações estaduais vão cobrar uma posição mais clara de Del Nero.
"Ele deu um tiro no pé", disse ao Terra o presidente de uma importante federação de futebol do País. "O tempo todo ele nos garantia que não tinha cometido nada de errado, que estava com as mãos limpas. E agora deixa de ir ao Congresso da Fifa. Não podemos acusá-lo de nada, mas a situação é, no mínimo, muito estranha", prosseguiu o dirigente, que pediu anonimato.
Durante o fim de semana, presidentes de federações que compõem a maior parte do colégio eleitoral da CBF trocaram telefonemas e mensagens. Há um desconforto cujo foco principal envolve as federações do Rio Grande do Sul, Bahia e Santa Catarina. Não está descartada a possibilidade desse grupo contar com o apoio de colegas de Paraná e Minas Gerais para um movimento a favor do isolamento de Del Nero. Outras entidades do Nordeste estão simpáticas à ideia.
Delfim Peixoto, que acumula uma vice-presidência da CBF com o comando da federação catarinense, tem evitado a imprensa, mas, entre amigos, deixa claro que Del Nero se complicou muito ao não viajar para a Suíça. Delfim é o primeiro na linha sucessória da CBF.