Caboclo volta a acusar Del Nero de tentar abafar denúncia

Presidente licenciado da CBF diz que perícia em manuscrito ratifica que ex-dirigente ofereceu R$ 12 milhões para impedir acusação de assédio

5 jul 2021 - 19h24
(atualizado às 20h01)
Caboclo voltou a trocar farpas com seu ex-padrinho político Del Nero (Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)
Caboclo voltou a trocar farpas com seu ex-padrinho político Del Nero (Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)
Foto: Lance!

O impasse em torno da crise na CBF teve novo desdobramento nesta segunda-feira. Em nota enviada à imprensa, Rogério Caboclo, que teve seu afastamento da presidência prorrogado por mais 60 dias, voltou a trocar farpas com Marco Polo Del Nero.

Em nota enviada à imprensa nesta segunda-feira, Caboclo disse que contratou uma perícia grafotécnica para comprovar "com certeza e plena segurança técnica" a informação de "que o manuscrito que trata da proposta de acordo de R$ 12 milhões para que uma funcionária da entidade não formalizasse e divulgasse acusações contra o atual chefe da confederação foi escrito de próprio punho pelo ex-dirigente Marco Polo Del Nero, banido do futebol por corrupção".

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A nota foi divulgada por Caboclo dias após seu ex-padrinho político definir como "acusações desconexas e inverídicas" as acusações de que Del Nero foi o autor da proposta de R$ 12 milhões para uma funcionária da confederação abafar as acusações de assédio moral e sexual.

Manuscrito atribuído a Del Nero (Reprodução)
Foto: Lance!

Segundo a assessoria do presidente licenciado da CBF, "o laudo de 25 páginas, assinado pelos peritos Mauro Ricart Ramos e Alessandro Ricart Ramos, comparou o manuscrito com diversos documentos reconhecidamente escritos à mão e assinados por Marco Polo Del Nero".

De acordo com a acusação, "a anotação feita por Del Nero aponta o valor de R$ 12,409 milhões, quantia que deveria ser paga pela CBF como uma indenização à funcionária em troca da não apresentação da acusação". Segundo Caboclo, "no final, a oferta foi reduzida para R$ 8 milhões".

A assessoria diz que Caboclo teria negado por escrito "no dia 4 de junho, sexta-feira, às 11h28. No mesmo dia, horas depois da recusa do presidente da CBF, às 13h55, a funcionária formalizou a acusação no Conselho de Ética da entidade e o caso foi tornado público, a despeito do segredo processual decretado. Dois dias depois, num domingo, Caboclo foi afastado do cargo, sem ser ouvido e desconhecendo o conteúdo do processo".

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Por fim, o presidente licenciado da CBF disse que o documento é "a prova cabal de que as acusações contra Rogério Caboclo fazem parte de um golpe planejado por Marco Polo Del Nero para plantar aliados no comando da CBF e, assim, voltar a dar as cartas na entidade".

Veja na íntegra a nota de Rogério Caboclo:

Uma perícia grafotécnica contratada pelo presidente da CBF, Rogério Caboclo, comprovou "com certeza e plena segurança técnica" que o manuscrito que trata da proposta de acordo de R$ 12 milhões para que uma funcionária da entidade não formalizasse e divulgasse acusações contra o atual chefe da confederação foi escrito de próprio punho pelo ex-dirigente Marco Polo Del Nero, banido do futebol por corrupção.

Nesta quinta-feira (1), Marco Polo Del Nero classificou a revelação do manuscrito como "acusações desconexas e inverídicas" e disse que o presidente Rogério Caboclo seria mentiroso.

O laudo de 25 páginas, assinado pelos peritos Mauro Ricart Ramos e Alessandro Ricart Ramos, comparou o manuscrito com diversos documentos reconhecidamente escritos à mão e assinados por Marco Polo Del Nero.

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A anotação feita por Del Nero aponta o valor de R$ 12,409 milhões, quantia que deveria ser paga pela CBF como uma indenização à funcionária em troca da não apresentação da acusação. Logo à frente do número 12.409 foi escrito: "corresp [correspondente] 20 anos de salário, transferindo ao valor presente a uma taxa [de correção] de 2,75 [%] anual".

A negociação proposta por Del Nero e por seus aliados exigia inicialmente R$ 12 milhões, correspondentes ao pagamento dos vencimentos mensais até a ocasião da aposentadoria da funcionária, mediante sua imediata demissão para que essa acusação não fosse apresentada à Comissão de Ética e tornada pública. No final, a oferta foi reduzida para R$ 8 milhões.

Rogério Caboclo recusou a proposta por escrito, no dia 4 de junho, sexta-feira, às 11h28. No mesmo dia, horas depois da recusa do presidente da CBF, às 13h55, a funcionária formalizou a acusação no Conselho de Ética da entidade e o caso foi tornado público, a despeito do segredo processual decretado. Dois dias depois, num domingo, Caboclo foi afastado do cargo, sem ser ouvido e desconhecendo o conteúdo do processo.

Este documento é a prova cabal de que as acusações contra Rogério Caboclo fazem parte de um golpe planejado por Marco Polo Del Nero para plantar aliados no comando da CBF e, assim, voltar a dar as cartas na entidade.

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